O QUE FAZ UMA ESCOLA DO CAMPO?
Falar em campo no Brasil hoje é voltar-se para um contingente de mais de 29,8 milhões de pessoas, que representam 15,17% dos brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/IBGE de 2012. Mas a localização geográfica da escola não é o único aspecto que a define como do campo: sua identidade está relacionada com os estudantes que recebe. O próprio decreto nº 7.352/2010 estabelece que escola do campo é aquela situada tanto em área rural, conforme definida pelo IBGE, quanto em área urbana, desde que atenda predominantemente a populações do meio rural. Quilombolas, indígenas, ribeirinhas, de assentamento, de distrito ou povoado, de colônia agrícola, de comunidades praianas, extrativistas, garimpeiras ou caboclas: a nomenclatura atribuída às escolas do campo reflete a diversidade do meio rural brasileiro. Se, num passado não muito distante, o modelo de “educação rural” limitava-se a uma oferta superficial do ensino aos camponeses, hoje pesquisadores e movimentos sociais defendem outro paradigma. Por isso, já não se usa mais a terminologia “escola rural”, que traz embutida a marginalização histórica dos povos do campo, e sim “do campo”. “A população camponesa assume o protagonismo no desenvolvimento de seus territórios e tem no Estado um parceiro”, conta Bernardo Mançano, da Unesp.
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