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domingo, 7 de setembro de 2014

As Inquietações de um professor pressionado



 
 
Vamos imaginar um professor que acaba de apresentar um conteúdo para a classe.
No breve instante em que os alunos fazem seus registros, ele pensa: será que isso que estou ensinando é importante?
Esse questionamento se desdobra em outros: Será que os alunos usarão esse conhecimento em algum momento de suas vidas fora da escola? Será que esse conhecimento de alguma maneira mudará a vida dos alunos para melhor? Será que esse conhecimento interessa aos alunos?
O professor olha então para a lousa e pensa que o conteúdo que acabou de apresentar talvez não importe. E passa a imaginar como seria ótimo se tudo o que ensinasse tivesse de fato significado para a vida dos alunos.
Ele pensa que uma aula ideal partiria de um problema real da vida dos alunos. O professor mostraria como certos aspectos teóricos da área em que é especialista iluminam aquela questão. Então os alunos, de posse daqueles conhecimentos, poderiam rediscutir o problema, encaminhar uma solução. Ao final, teriam refletido sobre questões que podem melhorar suas vidas.
Mas então o professor cai na real.
Lembra-se de que existe a expectativa de que ele “cumpra” todo o livro didático: dos alunos, dos pais, da coordenação e direção da escola.
Lembra-se de que alguns alunos querem passar no vestibulinho, no vestibular ou tirar uma boa nota no ENEM.
Lembra-se de que ele, professor, ingenuamente, fez um planejamento otimista no início do ano, mas que agora não terá tempo de cumprir. A turma deste ano tem um ritmo mais lento que a turma do ano passado e certas atividades têm levado mais tempo que o costumeiro. Lembra-se de um aluno que é diferente dos outros (pode ser deficiente visual, disléxico, portador de TDAH, cadeirante, ter problemas graves na família…) e que precisa de atenção. Lembra-se do aluno ligeiro, que sempre termina antes dos outros e também precisa de atenção.
Nesse momento, o planejamento que o próprio professor elaborou pode se virar contra ele, pois o diretor da escola, o supervisor de ensino, o secretário de educação podem questioná-lo a respeito.
Lembra-se de seu professor, que atuava na mesma área em que ele, e de como ele conseguia ir “mais longe” nos conteúdos. “Será que a falha é minha?” – pensa o professor.
Lembra-se das cobranças da coordenação geral da escola, exigindo que ele utilize o tempo de algumas aulas para participar de certo projeto. Lembra-se das inúmeras cartilhas que recebeu: Educação sexual, Educação para o trânsito, prevenção contra a tuberculose, prevenção contra a dengue, uso racional da água, economia de energia, empreendedorismo, proteção ao meio ambiente, robótica para iniciantes. Lembra-se das ONGs que têm feito parcerias com sua escola e com quem há muitas oportunidades de colaborar.
Lembra-se de que em breve acontecerão eleições, que seus alunos estão muito mal informados sobre o assunto e que gostaria de abrir espaço em suas aulas para aprofundar a discussão sobre política. Lembra-se de uma novidade noticiada ontem na televisão e que gostaria de comentar com os alunos, mostrando como se relaciona com os conteúdos que estudaram no mês passado.
Lembra-se dos colegas das séries posteriores que comentam todos os dias sobre como os alunos estão chegando “fracos”, como não sabem fazer tal e tal atividade, como não sabem sequer ler um texto, como não sabem nem mesmo os conteúdos mais básicos. Lembra-se dos colegas das séries anteriores, que avisaram no começo do ano que, devido aos feriados do ano passado, não conseguiram tratar de todos os conteúdos previstos, e que por isso será necessário começar de um ponto anterior.
E, ainda por cima, com poucas aulas por semana…
O professor olha novamente para a lousa e repensa: será que isso que estou ensinando é importante?
Diante de tantas cobranças e pressões, para que lado seguir? Dentro do oceano de possibilidades, o que escolher? Como fazer as adaptações mais adequadas à sua turma?
 

Ideb põe em alerta ensino de 779 municípios no País

Região Sudeste, embora seja a mais rica do País, é a que concentra a maioria dos municípios em "estado de alerta"

06/09/2014 20:17 - Estadão Conteúdo
 
 Os anos iniciais do ensino fundamental público em 779 municípios do País ficaram em “estado de alerta”, segundo os dados do Índice Brasileiro da Educação Básica (Ideb) 2013, divulgados na quinta-feira (6) pelo Ministério da Educação (MEC). Isso significa que, do 1.º ao 4.º ano, em nenhuma dessas cidades o Ideb avançou, bateu as metas ou atingiu o nível 6 - projeção feita pelo MEC para o Brasil em 2021, dentro de uma escala de zero a dez.
O total de cidades “reprovadas” corresponde a 14% do total de municípios do País. No caso da segunda fase do ensino fundamental, do 5.º ao 9.º ano, são 471 municípios na mesma situação de alerta - 8,5% das cidades brasileiras. Já para o ensino médio o ministério divulga somente as notas por Estados.
O número de cidades “em alerta” pode até ser maior, por causa da quantidade de municípios em que não é possível fazer o cálculo de evolução por falta de nota em 2013 ou em 2011, ano da penúltima edição. As cidades que não têm o mínimo de participantes exigido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável por calcular o Ideb, não terão medição.
O recorte por avanços, metas e projeções dá melhor noção sobre a situação de cada cidade. Especialistas são bastante críticos em relação aos rankings que tentam listar Estados, municípios ou escolas e desconsideram outros fatores que permitem aprofundar a análise dos dados. Outro problema das médias é esconder o impacto de cada um dos componentes do Ideb - as notas de aprendizagem em Português e Matemática e o nível de aprovação, que mede a evasão e a repetência. Como as políticas de fluxo escolar são um caminho mais fácil para melhorar o Ideb, em alguns casos as variações de aprendizagem registram piora, porém não ficam no centro das análises.
A Região Sudeste, embora seja a mais rica do País, é a que concentra a maioria dos municípios em “estado de alerta” nos últimos anos do fundamental. São 196 municípios, de 471 - 41,6% do total. Entre os paulistas, são 49 nessa situação.
Já no caso dos anos iniciais do fundamental, 224 cidades com o sinal vermelho ligado pertencem ao Sudeste - 28,8% do total de cidades reprovadas. Desse grupo, 41 se localizam no Estado de São Paulo.
 
Diagnóstico
 
O cenário é preocupante, sobretudo ao se considerar que na maioria dos municípios em “estado de alerta” o índice não ficou estagnado, mas recuou. No Congresso Nacional, tramita há oito anos o projeto de Lei de Responsabilidade Educacional, que tornaria inelegível por cinco anos o prefeito que piorar os índices locais de qualidade de educação.
Os defensores do projeto acreditam que a lei seria uma ferramenta jurídica para que a Defensoria Pública e o Ministério Público cobrassem resultados dos gestores na Justiça, com chances de punição por improbidade administrativa. A oferta de ensino de qualidade é prevista pela Constituição, mas não há punições previstas para o descumprimento.
Já os críticos à proposta acreditam que a lei incentivaria uma “caça às bruxas” e a melhora de dados depende da quantidade de recursos de cada prefeitura, o que tende a melhorar com a maior participação de verbas do governo federal prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em junho. Outro argumento é que o Ideb pode ser afetado por problemas circunstanciais, como uma greve longa de professores da rede.

Fonte: http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/geral/brasil/arqs/2014/09/0071.html

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ESPECIAL - SALA DE AULA ONTEM E HOJE!



Esta sala de aula tradicional no Rio de Janeiro nos anos 50.


SÃO JOSÉ DA VITÓRIA – BA, Educar, educar! Este lema é propagado por educadores, pensadores ideologistas, graduados em toda vertentes, os idealista da educação, Paulo Freire e Piaget, são referencias, quando se falam de qualidade me educação. A escola tradicional primava pela rigidez no ensino e na aplicação dos valores, já escola moderna está envolvida com novos métodos de ensino e nova aplicação de valores que por ora foi relegado apenas a escola e as famílias parecem terem-se desobrigadas de ensina-los. A visão da escola tradicional, é hoje sobretudo tida como coisa do passado e que carecem de mudanças profundas. Acreditamos que as mudanças implantadas na educação tradicional trouxe aprimoramentos significativos inerente na educação de hoje, isto se pode ver nos avanços combinados de tecnologia e ciência da educação. Métodos revolucionários de educação, foram produzidos visando tirar o aluno do anonimato para sua realidade atual, alunos capazes, cidadãos responsáveis pelos seus atos diante de uma sociedade cada vez mais competidora e agressiva com o avanço para promoção do educando. A educação tradicional era coberta de paradigmas, mitos educacionais e até histórias  de terror mental para alguns alunos do antigo ginásio com aquele famoso livro chamado “admissão” lá, nos primórdios dos anos 60 e 70 estudar era preciso para que se pudesse alcançar a promoção social e o status de pessoa educada. Em nossa cidade, existe salas de aulas espaçosas e centro de informática para o atendimento dos alunos, a educação do nosso município ainda carece de aparatos que seja m condizentes com a realidade do nossos alunos. Esperamos Mais Investimentos na área da educação de São José da Vitória. 
 
Sala de aula hoje a tecnologia impera.

Não tem como ficar de fora de aulas dinâmicas.

Bullying: identifique se o seu filho é vítima desse tipo de intimidação


Entenda como ocorre e se o seu filho está sendo vítima.
 

Pouco antes do horário de ir à escola, a criança diz que tem dor de barriga e pede para faltar. Em casa, não desgruda da Internet. Senhor pai ou responsável: pense duas vezes antes de castigar seu filho ou chamá-lo de preguiçoso. Você pode ter uma vítima de bullying em casa.
O termo vem do inglês "bully" (pronuncia-se 'búli'), que se refere a pessoas que intimidam, agridem ou se aproveitam de outras pessoas - o seu filho, por exemplo.
  
Um dos desafios para a identificação do bullying é o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras por pais e professores - crianças que se dão apelidos, fazem gozações e chacotas umas com as outras. "O que muitos pais não percebem é que, não raramente, essas 'brincadeiras' fazem mal à criança. Em casos extremos, leva ao suicídio", diz a pedagoga Cleo Fante, especialista em bullying. Segundo a educadora, a popularização da Internet entre adolescentes e crianças é outro fator que contribui para o aumento do bullying, "já que no mundo virtual as pessoas não precisam dar as caras". Os casos de cyberbullying, praticados pela Web, são tão "prejudiciais para as crianças quanto o bullyings tradicional", afirma Fante.
 
Como agir diante do bullying No mundo real ou virtual, o problema requer atenção de pais e professores. "Um dos maiores erros é menosprezar o sofrimento da criança. Não se deve dizer para o filho deixar isso para lá", diz Fante. "Há pais que dizem 'eu também passei por isso', o que não justifica o sofrimento da criança. Além do mais, cada indivíduo encara as dificuldades de maneira diferente", diz. Se a escola é o local em que a criança sofre a intimidação, os pais devem entrar em contato com professores e diretores, que devem coibir esse tipo de ação entre os estudantes. "É preciso também estimular a auto-estima dos pequenos. As maiores vítimas são as crianças tímidas, que não conseguem se defender e exigir que os colegas parem com a brincadeira. Os pais devem incentivar a criança a fazer isso, sem estimular a violência", diz Fante. "A criança deve conseguir dizer com firmeza: 'eu não quero brincar', 'eu não sou isso que você está dizendo'. Brigar com o filho vítima de bullying não dará a coragem que a criança precisará para ser firme", explica a pedagoga.
 
Como identificar o bullying Muitas vítimas de bullying sofrem caladas, "por vergonha, por acharem que são culpadas ou até merecem os apelidos, ou por falta de oportunidade de diálogo", aponta Cleo Fante. Cabe, então, a pais e professores a tarefa e identificar se há algo de errado na vida social da criança ou mesmo do adolescente. "Só consegue notar diferenças quem acompanha o cotidiano do filho. É esse o primeiro passo: ver se a criança está mais irritada, nervosa ou triste que o normal", aponta Fante. No caso de vítimas de cyberbulling, a compulsão por utilizar a Internet é outra característica.
 
Filhos "valentões"
 
Se o seu filho não é vítima de bullying, ele pode ser, ainda, um desses agressores - comportamento que também merece atenção e cuidado dos pais. "Dependendo da gravidade do ato, o menor pode ser internado para serem aplicadas medidas sócio-educativas", explica o promotor de Justiça Criminal, Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais. No caso de bullying pela Internet - caso a criança ou adolescente espalhe mentiras que ofendam algum colega -, o pai ou quem permitiu o acesso ao computador também pode ser penalizado. "Alguém que seja negligente com um crime pode também ser responsabilizado, de acordo pelo código penal. Na área cívil, pode haver processos por danos morais e a família ser obrigada a pagar indenizações", diz Calhau.
 
Para identificar se o seu filho está intimidando outras crianças, a pedagoga cita algumas características comuns aos agressores: "os jovens que praticam bullying costumam ser hostis, usam força para resolver seus problemas e são intolerantes". Os pais não devem elogiar nem estimular os filhos briguentos e valentões. Devem conversar e, se necessário, procurar ajuda de profissionais especializados, como psicólogos.
 
Dica:
 
Seu filho sofre bullying? Então:
 
  • Não diga para "deixar para lá" - ou ele pode não mais contar problemas que tenha;
  • Converse com a direção da escola, se o problema for lá;
  • Se não resolver, faça boletim de ocorrência em delegacia de polícia;
  • Se a ofensa for pela Internet, imprima a página e leve ao Ministério Público;
  • Estimule que seu filho conte como foi o dia na escola.

Escolas, alunos e professores 'não falam mesma língua'






Quando o assunto é a violência dentro das salas de aula, não parece haver consenso sobre suas principais causas.

Professores, diretores de escolas, alunos e especialistas em educação ouvidos pela reportagem da BBC Brasil apontam para direções diversas, sugerindo que agressões contra educadores seriam fruto do histórico familiar dos alunos, da falta de políticas públicas e policiamento e também de professores mal preparados - e até mesmo agressivos.

A violência em sala de aula contra professores foi um dos temas destacados por internautas em posts de Facebook e no Twitter como um dos que deveria receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais, em uma consulta promovida pelo #salasocial, o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.

Enquanto ninguém fala a mesma língua, o MEC (Ministério da Educação) diz não ter dados unificados sobre a violência escolar. Confrontado pela reportagem, porém, o Inep, órgão ligado ao ministério, reconheceu que o tema faz parte da Prova Brasil - avaliação nacional com respostas voluntárias de professores, alunos e diretores. Os últimos dados, de 2011, foram tabulados a pedido da BBC Brasil.

Os resultados apontam que um terço dos professores que responderam ao teste disse ter sido agredido verbalmente por alunos. Um em cada dez afirmou ter sofrido ameaças. Aproximadamente um a cada 50 apanhou de estudantes.

"É simplista culpar crianças e adolescentes por tudo o que acontece", alerta a socióloga Miriam Abramovay, pesquisadora do tema com passagens pela Unesco, Banco Mundial e Unicef.

"A escola tem culpa, porque se isola das comunidades e não se atualiza. E os professores têm péssima formação, simplesmente não conseguem, e muitas vezes nem tentam, conquistar os alunos", diz. "No fim, todos são vítimas."
  • Descompasso

  

Para pesquisadora, a desvalorização do ensino resumiria este descompasso. "A estrutura das escolas parou no século 19, os professores dão aulas como no século 20 e os alunos, sempre conectados, vivem no século 21", diz. Ela afirma que as escolas vivem um "processo de abertura" há 50 anos.

"Se antes havia pouco espaço para as classes populares, hoje a escola se massificou. Todos entram - nem sempre continuam, mas entram. Mas a relação professor–aluno não mudou nada nesse meio tempo e os educadores não sabem lidar com esse novo interlocutor, que antes estava na rua, do lado de fora", diz.

Abramovay diz que a violência não é consequência direta do entorno. "Há escolas em bairros tremendamente violentos que têm resultados satisfatórios. E colégios particulares, ricos, com problemas enormes", observa.

A pesquisadora aponta o trabalho participativo, envolvendo pais e alunos na construção de regras e do currículo escolar, como caminho para reduzir a resistência e a agressividade. "Os muros das escolas não são simbólicos", afirma. "Eles são reais, ninguém penetra ali. Assim, a escola não é nem protegida, nem protetora", diz.

O educador Jorge Werthein, presidente da Unesco no Brasil entre 1996 e 2005, também diz que a escola "precisa ser acolhedora" e critica a formação dos colegas.

"Diferente do médico, que faz residência, a maioria dos professores que se forma não tem nenhuma experiência em sala. Só pisam lá no primeiro dia, encontram coisas que nunca viveram e não sabem lidar", diz.

Para Wherthein, os educadores precisam se dar conta "da violência que eles próprios exercem sobre os alunos". "Perseguição, homofobia e exageros nas repreensões" seriam exemplos. "Outra agressão simbólica é o abismo tecnológico que existe entre professores e alunos", diz.
  • Celular

Com um olho no smartphone e outro no repórter, os alunos entrevistados parecem concordar com a avaliação. "Parece que eles vivem fora do tempo. O professor pede para a gente copiar a lição do quadro, mas eu podia tirar uma foto com o celular e prestar atenção no que ele diz", reclamou uma estudante da 8º ano de uma escola em Diadema, ao sul de São Paulo.

A seu lado, espinhas no rosto e sorriso tímido, um adolescente do ensino médio completa. "Sei que celular pode atrapalhar. Não é para usar Facebook e Whatsapp na aula. Mas quando ajuda, por que não, né?", questiona.

Eles reconhecem que as agressões são constantes. "Na semana passada a professora chamou a atenção de um aluno bagunceiro e ele perguntou se ela não tinha medo de morrer. Ela deu risada e continuou passando a lição", contou uma estudante do 1º ano do ensino médio.

"Tem brigas combinadas também. Os alunos fingem estar dando porrada para o professor vir separar e apanhar também", completou. Professores ouvidos pela reportagem disseram que a escola, hoje, seria "um espaço de conflito".

"Os professores não são santos que caíram do céu e vêm educar com toda a candura. Sempre que passo pelo pátio me chamam de vagabunda. O educador tenta legitimar a sua autoridade, não consegue, e aí revida", disse uma ex-professora da rede pública, que não quis se identificar.
 
Créditos: BBC BRASIL

Educação Inclusiva - A Dificuldade de Incluir

 
 
 
Pesquisa destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores.

 
Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que crianças com síndrome de Down que frequentam a rede básica de ensino estão sujeitas a sofrer exclusão. A pesquisa foi conduzida pela fonoaudióloga Flávia Mendonça Rosa Luiz entre 2010 e 2014 e envolveu entrevistas com dez professoras da educação infantil da rede municipal de Araraquara, no interior paulista. A coleta dos dados mostrou que os educadores têm uma visão estigmatizada dessas crianças e apresentam dificuldades para acreditar no potencial delas para se desenvolver e aprender como os demais alunos. Por conta disso, eles acabam dispensando um tratamento especial e, consequentemente, excluindo-as, como aponta a pesquisadora. “É preciso romper com o conceito de identidade que está associado à homogeneidade e que não reconhece a distinção entre os seres, e passar a considerar a diferença como uma característica comum à espécie humana, e dar aos indivíduos a oportunidade de mostrar o melhor de si”, reforçou Flávia. Nas entrevistas realizadas, as professoras reconheceram a dificuldade para trabalhar com o processo de inclusão e atribuíram isso à má formação teórica e prática que tiveram na faculdade. Como enfatizou a autora, esse dado não surpreende, pois há relatos parecidos em outros estudos, o que destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores e motivá-los a refletir sobre suas crenças e valores frente ao tema.  
 
 

domingo, 17 de agosto de 2014

O Legado Educacional de Eduardo Campos Parte I

Todos nós sabemos, que na última quarta-feira 13 de Agosto de 2014, faleceu vítima de um desastre aéreo do Ex-Governador de Pernambuco e Presidenciável da República Eduardo Campos. A morte do brilhante gestor e político, causou na última semana comoção nacional, sendo lembrado como importante líder jovem e político do país.
Eduardo Campos deixou seu legado para a nação e em especial para a sociedade Pernambucana, que o eternizou como o melhor governador que Pernambuco já elegeu. Por isso, vamos agora iniciar uma série de artigos sobre o seu legado na área educacional do Estado e o que seria sua proposta de governo no eixo Educação e Cultura.



No que se diz respeito a Educação, Pernambuco se destaca em modelo de gestão educacional, em comparação aos demais estados do Brasil. Esta ascensão educacional no estado se deu a partir de 2006 quando o governo do Estado de Pernambuco é assumido pelo então eleito Eduardo Campos. Com uma proposta mais social, Eduardo começa sua luta para reformar o sistema educacional do estado, que já estava sucateada pela falta de investimentos necessários pelos governos anteriores. Tínhamos professores mal remunerados e desestimulados, escolas com infra-estrutura sucateadas, sem internet, ser apoio e recursos pedagógicos, poucos educadores concursados, escolas sem bibliotecas e sem acervo e o pior, o nível de aprendizagem dos alunos da educação básica era um dos piores do Brasil, segundo o censo escolar de 2006. As escolas estavam sofrendo com a evasão escolar dos alunos, e o número de matrículas na rede estadual caiu cerca de 0.8%. Isso acontecia desde o ano 2000, por vários fatores, mas a falta de investimentos e a falta de interesses dos anteriores governantes, foram os principais fatores que contribuíram para o sucateamento da educação.
 
 
 
Foi no começo de seu governo que Campos começou a modificar todo o sistema educacional do estado. o Governo passou a investir de forma inédita na educação, e planejou as mudanças educacionais que tanto o estado necessitava. Com a modernização da gestão, o governo começou a investir na educação inclusiva, EJA, na criação e modernização de programas sociais de educação como o PROJOVEM Urbano, Projeto Educar entre outros.
 
Em 2008 o Governo do Estado de Pernambuco traça suas metas educacionais. Então é publicado pela secretaria de educação, as diretrizes educacionais e de avaliação do ano letivo de 2008, com uma concepção inédita no que se diz respeito a avaliação dos alunos. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04/2008 dispunha sobre as diretrizes e procedimentos para implantação do Sistema de Avaliação das
Aprendizagens nas Escolas da Rede Estadual de Ensino a partir do ano letivo de 2008.
 
No mesmo ano, o Governo também investe pesado na educação rural, onde começam a ser reformadas todas as escolas existentes nas áreas rurais do estado, e é ofertada aos professores capacitação profissional para melhoria da educação.
 
em 2011 todos os professores da rede estadual passam a receber capacitação. Para otimizar o trabalho dos servidores da Secretaria Estadual de Educação (SEE), foi lançado pelo secretário da pasta, Anderson Gomes, o projeto Aprender TI On Line. A ideia é capacitar os trabalhadores efetivos em 14 cursos de informática. Ao todo, foram oferecidas 25 mil vagas nos níveis básicos, médio e avançado em Word, Excel, Power Point, Outlook, Windows e Internet Explore.
Ainda em 2011, o estado abre concurso em Fernando de Noronha (DEFN) para seleção pública simplificada visando a contratação de 164 profissionais para atuar na área da Educação.
 
As escolas de referencia, conhecidas como escolas integrais, em Pernambuco, foram criadas a partir do ano de 2008, pelo governo estadual. A ideia principal era de ofertar aos alunos uma escola de referencia em ensino médio, que funcionava em tempo integral, ou seja, o aluno passa o dia inteiro dentro da escola, fazendo assim que o nível de aprendizagem do aluno fosse o mais elevado do país.
em 2011, o modelo de escola integral foi o mais premiado do país, por que as escolas tiveram nota acima da média nacional no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2010. Das 51 unidades escolares de referência, 45 alcançaram 542,21 pontos. A média do País foi de 511,21. Entre as 10 instituições desse modelo que contaram com participação de mais de 75% dos estudantes, seis estavam localizadas no interior pernambucano.
Nesse ranking, a Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho, localizada em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, foi a primeira colocada, atingindo 586,96 pontos. Comparada com as escolas públicas, ela ocupava naquele ano a 9ª posição. O resultado também era visto na aprovação dos alunos nos vestibulares. Dos 196 que concluíram o ensino médio em 2010, cerca de 150 ingressaram no ensino superior.
 
Ainda em 2011 o Estado investiu na criação de produção de materiais didáticos por professores da rede estadual de ensino. Foram abertas as inscrições para os professores efetivos ou temporários que quisessem produzir materiais didáticos sobre arte, biologia, educação física, língua espanhola, filosofia, física, geografia, história, língua inglesa, língua portuguesa, matemática, química e sociologia e que seriam utilizados em toda a rede. O projeto recebeu o nome de "Professor Autor".
 
Daí, o governo começa a informatizar toda a rede de ensino, mas não só os professores, mas também os alunos. O governo naquele ano começa a investir pesado no uso de aparelho tecnológicos em salas de aula. Começa então a distribuição de tablets para todos os alunos da rede estadual de ensino, e notebooks para professores. Isto era uma ação inédita para fins educacionais, algo que o governo teve toda a coragem de realizar com êxito. Além disso, foi ofertado aos professores capacitações para a melhor utilização deste acervo tecnológico em pró da educação.


 

Fonte: www.educação.pe.gov.br; www.google.com.br; www.wikipedia.com.br

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

‘O ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular’, diz educadora

Filósofa e professora Viviane Mosé critica modelo educacional do país

Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/o-ensino-medio-se-reduziu-uma-preparacao-para-vestibular-diz-educadora-13473499#ixzz39QhjmmUj


 
Para a filósofa Viviane Mosé, educadores precisam refletir sobre as reais demandas dos alunos e adequar o ensino aos novos tempos. Ela participará do encontro internacional “Educação 360”, que será realizado pelos jornais O GLOBO e “Extra” de 5 a 6 de setembro na Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio, em parceria com o Sesc e a prefeitura do Rio e apoio do Canal Futura.
 
A sra. já disse que precisa haver uma revolução no ensino médio. Que revolução seria essa?
 
Se o ensino fundamental tem melhorado, o ensino médio permanece estagnado. Como trata da educação de adolescentes e jovens, é hoje o olho do furacão. Mesmo com oferta de vagas, com a melhora das condições físicas das escolas, muitos jovens abandonam os estudos, fenômeno que já aparece nos anos finais do ensino fundamental. A escola, do modo como está estruturada, não consegue atrair. Se esse fenômeno acontece em muitos países, em função da democratização do saber permitida pela internet, no Brasil se apresenta de modo ainda mais grave, já que o ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular. Como as escolas públicas não conseguem competir com as particulares, jovens das classes populares não encontram nada na escola: nem acesso à universidade, nem ferramentas que o ajudem a viver melhor, nem acesso ao mercado de trabalho, nem espaço de encontro e experiências lúdicas. Muitas medidas paliativas têm sido tomadas, como as cotas para as escolas públicas nas universidades, mas nada disso resolverá o problema. O Brasil precisa repensar o ensino médio, que deve oferecer diferentes possibilidades, dependendo da vocação e do interesse do aluno.

O que torna um projeto educacional bem-sucedido?

Um projeto é bem sucedido quando as crianças aprendem e não abandonam a escola. Quando encontram na escola um espaço de crescimento não apenas intelectual, mas humano. A escola não deve se sustentar na administração de conteúdos, mas na aquisição de ferramentas para viver melhor. Os conteúdos estão disponíveis na rede, precisamos estimular a capacidade de ler e interpretar dados e sofisticar nossa habilidade de ler o mundo. Essa é uma escola que dá certo, pois permite que a pessoa continue aprendendo.

Qual o novo papel do professor?

Nós, professores, nos sustentávamos nos conteúdos que tínhamos e devíamos passar aos alunos. Hoje, esses conteúdos estão disponíveis, muitas vezes, com mais dinamismo e qualidade nas novas mídias. Então, nosso poder passa a ser o de preparar os alunos para lidar com as mídias. Isso significa incentivar a inteligência, o pensamento e, especialmente, a capacidade de filtrar dados e interpretá-los, para que não sejam levados por uma onda de informação manipulada ou de má qualidade. O professor não é mais quem sabe tudo, mas quem se interessa por tudo. A educação caminha para a formação de pesquisadores, e isso é muito favorável.

As escolas precisam olhar mais para as comunidades ao redor?

Elas devem se abrir para o mundo. Não podem mais se esconder por trás de altos muros. Os desafios do mundo devem ser questões presentes no cotidiano das escolas, não apenas questões acadêmicas abstratas. Mas esse mal, o isolamento, deve começar a ser vencido nas universidades, que nasceram dos conventos, com seus altos muros.

Muitos especialistas associam as manifestações do ano passado ao aumento do acesso à educação. Acredita nesta conexão?

De forma nenhuma. As manifestações são consequência do acesso às novas mídias, que rapidamente reúne pessoas. Mas essa reunião se deu em um momento em que as pessoas ainda não têm uma educação de qualidade, voltada para a vida, para as questões sociais. Sem rumo, elas se perderam, não produziram conquistas, desembocaram em violência. Em breve, teremos outro cenário: manifestações, sim, enormes, mas com direção, sentido, maturidade política e intelectual.

No encontro “Educação 360”, a senhora vai participar de uma mesa sobre as iniciativas de
educação que partem do Brasil. As ações brasileiras guardam um diferencial comum?

Não há uma gente mais criativa que a nossa, eu penso. Depois de andar do Oiapoque ao Chui, tenho a honra de conhecer experiências incríveis e inéditas que dão muito certo. Muitas vezes, escolas muito pobres; em outras, mais ricas, sempre com criatividade e vontade, conseguem produzir uma educação de qualidade. Temos de valorizar essas práticas e compartilhá-las, precisamos adotar o modo brasileiro de educar que dá certo, e não importar modelos, o mundo inteiro repensa a educação.

O Enem muito além da vaga na universidade

Nota no Exame nacional pode ser útil para outras finalidades estudantis, Saiba aproveita-las para sua necessidade.

Ingressar em uma universidade é sem dúvidas, o maior objetivo dos estudantes que se inscrevem no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Mesmo tendo como principal função servir de acesso as instituições de ensino superior, a prova nacional acumulou outros objetivos ao longo das edições. O programa Ciências sem Fronteiras, o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), por exemplo, também exigem o exame.
 
Para o Diretor Pedagógico do Colégio Motivo, Eduardo Belo, o Enem é hoje o principal canal para a realização de diferentes projetos de vida dos estudantes. "Um jovem não pode mais pensar em não fazer o Enem. O Exame está mudando o ensino médio do país e deve ser realizado mesmo por quem não quer entrar em uma universidade Pública. Muitas vezes, até para faculdades particulares, o Enem é pedido", Ressaltou.
 
A estudante do 4º período de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Marianne Demézio, 19 anos, só conseguiu garantir uma vaga na instituição de ensino superior graças ao Enem. "Fiz vestibular para três universidades públicas, mas não passei. Com a nota do exame, consegui uma vaga pelo ProUni", contou, referindo-se ao programa de bolsas de estudos. Este ano, o Enem acontece nos dias 8 e 9 de novembro.
 
Das 63 universidades federais brasileiras, 55 usam o Sistema de Seleção Unificada (SISU) parcial ou totalmente. Para concorrer a uma vaga pelo Sisu, é necessário ter feito o Enem. Em Pernambuco as notas são usadas para disputar vagas na UFRPE, UFPE, UPE, Univasf, IFPE, IFSertão. Além das instituições públicas, várias particulares também usam a nota como opção de vestibular.

Fonte: Diário de Pernambuco edição de Domingo, 03 de Agosto de 2014. Reportagem: Anamaria Nascimento.

domingo, 27 de julho de 2014

Aprenda a usar as Normas da ABNT em trabalhos acadêmicos

 As Normas da ABNT” é uma expressão odiada por muitos. “Complicado demais”, “coisa desnecessária” e “pura enrolação” são algumas das coisas que você já deve ter ouvido de seus colegas ou até que mesmo tenha dito ao ter que lidar com essa formatação. Porém, essas regras têm sua utilidade, pois padronizam os trabalhos, facilitando sua leitura e compreensão.
E, ainda que você discorde disso, a verdade é que como estudante você terá que aprender a dominar essas regras, ou enfrentará problemas quando seus trabalhos forem avaliados. Sendo assim, temos duas notícias: a não tão agradável é que essas normas são numerosas. A boa, entretanto, é que elas não são difíceis de aprender, apenas requerem um pouco de atenção e memorização.
É por isso que vamos tentar explicar aqui os princípios fundamentais que compõem esse padrão para tentar desmistificar qualquer ideia de “complicação” gerada a partir do desconhecimento da norma. Vamos lá?

O que significa ABNT e qual sua importância?

Essa é a sigla para “Associação Brasileira de Normas Técnicas”, uma entidade privada, sem fins lucrativos e que é responsável  normatização técnica no Brasil. A ABNT existe desde 1940 e tem a função de fornecer a base normativa ao desenvolvimento tecnológico de nosso país.
Ainda que haja reclamações sobre a “burocracia” no formato dos trabalhos, essa padronização estabelece um modelo único de formatação que auxilia na compreensão dos TCCs, monografias por todos.  O mesmo vale para informações na fabricação de produtos, transferência de tecnologia, normas de saúde, segurança e preservação do meio ambiente.
Portanto, quando seu professor pedir que seu trabalho seja formatado “nas Normas da ABNT”, não pense nisso de uma forma negativa. Imagine se cada um formatasse o trabalho do jeito que quisesse?

Para se ter um melhor aproveitamento dessas regras, vamos antes dar uma olhada em um pequeno glossário com alguns dos termos mais usados nesse processo. Propomos isso porque são palavras e expressões que aparecerão constantemente na formatação, logo é importante conhecê-las.

Glossário com os termos mais encontrados nas normas

Anexo

Os anexos também são elementos opcionais, ou seja, são incluídos apenas se o autor achar necessário. Difere-se dos apêndices pelo fato de ser um material não elaborado pelo autor, já que a forma de digitação e inclusão é a mesma. Exemplo: ANEXO A – MANUAL DE PROCEDIMENTOS – 2014.

Anverso da folha de rosto

É a “parte da frente” da folha de rosto.

Apêndice

Elemento opcional que foi elaborado pelo próprio autor do trabalho como forma de complemento. O termo Apêndice deve ser digitado em letra maiúscula, em negrito e diferenciado dos demais por letras do alfabeto consecutivas. Exemplo: APÊNDICE A - Relação de artigos mais lidos do TecMundo.

Capa

Elemento obrigatório para proteção externa do trabalho com informações indispensáveis para identificação deste.

Citação

Menção feita no trabalho, mas que foi elaborada por outro autor e, consequentemente, extraída de outra fonte de informação.

Epígrafe

Citação e autoria que o autor do trabalho ache interessante e que tenha uma relação com o trabalho. As epígrafes, normalmente, são encontradas nas primeiras páginas de um trabalho. 

Errata

Lista com folhas e linhas que apresentaram algum erro no trabalho e, logo na seqüencia, as devidas correções. Normalmente, a errata é um papel avulso entregue junto com o trabalho impresso.

Folha de rosto

Elemento obrigatório com elementos essenciais para identificação do trabalho — todo o detalhamento do conteúdo presente em uma folha de rosta será tratado no artigo sobre Normalização de Trabalhos Acadêmicos.

Glossário

Uma lista em ordem alfabética contendo um termo e sua respectiva definição.

Índice

Relação, que pode ser tanto de palavras quanto frases, ordenadas de acordo com um critério determinado, que localiza e remete o leitor para informações presentes em um texto.

Lista

Enumeração dos elementos presentes em um texto, como siglas, ilustrações, datas etc. A numeração de cada item da lista deve seguir a ordem de ocorrência no trabalho.

Referências

Elemento obrigatório em todos os trabalhos, contendo uma lista de fontes (livros, manuais, CDs, DVDs, mapas etc.) utilizadas e consultadas durante o desenvolvimento do trabalho. As normas para referências serão tratadas em um próximo artigo.

Resumo

Apresentação rápida e clara com os pontos importantes e que serão discutidos/tratados no trabalho como um todo. 

Sumário

Enumeração de todos os elementos e seções de um texto, ou seja, todos os títulos e outras partes de um trabalho, com o número da página em que se encontram. A ordem e a grafia devem seguir o mesmo padrão apresentado no desenvolvimento do trabalho.

Verso da folha de rosto

Parte de trás da folha de rosto, contendo a ficha catalográfica.
Estes são apenas alguns termos, não tão conhecidos, e encontrados nas normas. Eles farão com que você entre no clima da normalização e comece a ficar preparado para as próximas explicações — para colocar a mão na massa, que é o que mais interessa. Quem precisa formatar um trabalho, vale a pena aguardar para verificar que normalização não é um bicho de sete cabeças.

 O que são citações e como usar?

Sabe aquele ditado “nada se cria, tudo se copia”? É melhor nem pensar em aplicar isso de forma literal ao redigir seu trabalho. Na criação de projetos, é fundamental que emprestemos ideias, conceitos e muito do conhecimento de outros pesquisadores. Isaac Newton usou a expressão “subir nos ombros de gigantes” para “ver mais longe”.
Porém, toda citação ou empréstimo de conceitos precisa ser creditado. Copiar e não citar a fonte não é apenas antiético e deselegante, mas também pode ser considerado crime de plágio, dependendo da circunstância. Além do mais, você não ficaria feliz se alguém roubasse suas ideias ou ganhasse crédito por um trabalho que você se esforçou para produzir, certo?
Além das notas de rodapé, existem basicamente três tipos de citação: citação direta, citação indireta e citação de citação.

Citação direta: duas formas

A citação direta é a transcrição textual fiel de parte de um conteúdo de uma obra, ou seja, durante a elaboração de um trabalho acadêmico, por exemplo, foi necessário consultar um autor específico e, para o seu trabalho, alguma frase foi importante.
Nesse caso, você vai copiá-la, mas vai citá-la. Por ser a transcrição exata de uma frase/parágrafo de um texto, a frase/parágrafo em questão será apresentada entre aspas duplas, podendo assumir duas formas:
1. Citando e referenciando: a chamada pelo nome do autor, quando feita no final da citação, deve apresentar-se entre parênteses, contendo o sobrenome do autor em letra maiúscula, seguido pelo ano de publicação e página em que o texto se encontra.
Exemplo:
“Não saber usar a internet em um futuro próximo será como não saber abrir um livro ou acender um fogão, não sabermos algo que nos permita viver a cidadania na sua completitude” (VAZ, 2008, p. 63).
2. Referenciando e citando: a citação a seguir foi feita como sendo um parágrafo do texto. Assim, o sobrenome do autor deve ser digitado normalmente, com a primeira letra em maiúscula e as demais em minúsculo, seguido do ano e página em que o texto se encontra, sendo estas informações apresentadas entre parênteses.
Exemplo:
Segundo Vaz (2008, p. 63) “não saber usar a internet em um futuro próximo será como não saber abrir um livro ou acender um fogão, não sabermos algo que nos permita viver a cidadania na sua completitude”.

Citação direta: grifos

Como você pode ver, a citação direta é a cópia exata de um texto. Caso o documento original contenha algum tipo de grifo, como uma palavra em negrito, em itálico ou sublinhada, a sua citação deve ter esse tipo de grafia, acrescentada com a observação “grifo do autor”.
Exemplo:
“Uma das referências mais conhecidas a respeito do conceito de padrão de projeto é o livro A Timeless Way of Building, escrito em 1979 pelo arquiteto Christopher Alexander” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 289, grifo do autor).
Esse mesmo tipo de observação aplica-se quando, por exemplo, você tiver feito algum grifo na citação, para enfatizar uma palavra ou frase. No caso, deve-se acrescentar a expressão “grifo nosso”, indicando que o presente autor (você) fez a alteração. 
Exemplo:
“O termo defeito no PSP refere-se a tudo que esteja errado em um software, como erros na arquitetura, na representação de diagramas, problemas em algoritmos etc.” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 123, grifo nosso).

Citação direta: mais de três linhas

As citações com mais de três linhas devem ter um tipo de destaque diferente: é necessário reduzir o tamanho da fonte para 10 e também aplicar um recuo de 4 cm em relação à margem esquerda — selecione o texto e movimente os marcadores, localizado na régua do Word até o número 4, assim, todo o seu texto ficará com o recuo exigido pelas normas (veja a imagem abaixo).  Ao final, a citação com mais de três linhas terá a seguinte apresentação — observe que ela não tem aspas:

Citação direta: frase muito grande para ser citada

Imagine um parágrafo com 10 linhas, sendo que apenas a primeira e a última linha interessam a você. Nesse caso, você vai usar uma supressão, que é a inclusão de um sinal de colchetes com reticências, exatamente como esse “[...]”, indicando que um trecho do texto não foi usado, veja um exemplo:
“As propostas de melhorias de processo e tecnologia são coletadas e analisadas [...] com base nos resultados de projetos-piloto” (KOSCIANSKI; SOARES, 2007, p. 153).

Citação indireta

Depois de ler um artigo, você chegou a uma conclusão semelhante a do autor consultado. Mas por algum motivo pessoal, você não tem interesse em usar as mesmas palavras e exatamente a mesma estrutura que encontrou no artigo em questão. Nesse caso, você fará uma citação indireta, já que o seu texto teve como base uma obra consultada.
Seguindo o mesmo formato de apresentação da citação direta, a indireta também deve conter o autor da frase citada, bem como o ano da publicação do artigo/livro. Apresentar a página em que o conteúdo se encontra é recomendado.
Exemplos:
Um aspecto importante na recuperação das informações é a extensão dos conteúdos a serem indexados (LANCASTER, 1993, p. 73).
As citações indiretas podem ter mais de um autor, até pelo fato de que você pode ter consultado várias obras até chegar a sua conclusão, veja:
Tanto Weaver (2002, p.18) como Semonche (1993, p. 21) apontam questionamentos que devem preceder o planejamento da indexação de artigos de jornais, como: Qual a finalidade do artigo? Quem é o público-alvo que terá acesso ao artigo? Que tipo de informação o usuário procura?
Citação de citação
Nem sempre livros clássicos ou antigos estão disponíveis para empréstimo ou compra.Imagine um livro do ano de 1970, que foi publicado apenas nos Estados Unidos ou outro livro que, por algum motivo, você não tenha conseguido encontrar em livrarias, sebos e bibliotecas, mas que precisaria usar.
Você não teve acesso ao documento em seu original, mas encontrou um autor que teve a sorte de ter em mãos o documento, e este fizera uma citação extremamente importante para o seu trabalho.
É possível contornar isso com a citação de citação. Como o próprio termo sugere, você fará uma citação de um conteúdo que foi citado na obra que você está consultando. Esse tipo de citação é recomendado em último caso, já que o  correto é tentar localizar a fonte original. Veja dois exemplos, tanto de citação direta quanto indireta.
Exemplo de citação de citação (seguindo o modelo direto):

Segundo Van Dijk (1983), citado por Fagundes (2001, p. 53), “no texto jornalístico é convencional apresentar-se um resumo do acontecimento abordado. Esse resumo pode ser expresso por letras grandes separadas do resto do texto ou na introdução no ‘lead’”.

Exemplo de citação de citação (seguindo o modelo indireto):

Segundo Fujita (1999) citada por Fagundes (2001, p. 65) a indexação engloba três fases: 1) análise por meio da leitura do documento, em que serão selecionados os conceitos; 2) síntese, com a elaboração de resumos e 3) a identificação e seleção de termos com auxílio de uma linguagem documentária.

Notas de rodapé

As notas de rodapé são caracterizadas por números ou letras apresentado no final da citação, que aparecem em sequencia, no corpo do trabalho. No rodapé, você pode referenciar:
  • Um trabalho que ainda esteja em fase de elaboração — seu texto deve constar a expressão entre parênteses (em fase de elaboração).
  • Informações verbais obtidas durante uma conversa, dados coletados em uma palestra etc. — em seu texto, deve constar a expressão entre parênteses (informação verbal). 
  • Qualquer tipo de menção que julgue necessário, seguindo as normas de referências ou vocabulário livre.

Referências

Além de citar os autores no corpo do texto, você também deve criar uma lista com todo o referencial teórico consultado durante o desenvolvimento de seu trabalho. E essa lista terá as “Referências” do trabalho. O referencial teórico é um elemento obrigatório nos trabalhos e cada tipo de documento informacional que foi usado, como livros, filmes, monografias, mapas etc. deve ser referenciado.

 Livros

Os livros, sem dúvida, são os documentos mais usados como base para fazer um trabalho. As referências desses documentos são semelhantes aos de uma monografia (com algumas peculiaridades que serão citadas), manuais, dicionários, enciclopédias entre outros.

A referência sempre deve começar pelo sobrenome do autor em letra maiúscula, seguido de seu nome com apenas a primeira letra maiúscula. Depois, coloque um ponto. Agora, insira o título do livro com um destaque, que pode ser em negrito, itálico ou sublinhado.
Coloque um sinal de dois pontos e digite o subtítulo do livro. Em seguida, adicione a edição do livro apenas sob a forma de numeral. Ponto. Insira o local de publicação do livro seguido de dois pontos. Agora, escreva o nome da editora, coloque uma vírgula e o ano de publicação. Mais um ponto. Adicione o número de páginas do livro e ponto final. É bem mais simples do que parece, observe o exemplo:
SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor. Título do livro: subtítulo do livro.Edição do livro. Local de publicação: Editora, ano. Número de páginas.
Algumas pequenas alterações no modelo básico se farão necessárias nas seguintes situações:
  • Livro: apenas um autor e nome por extenso
VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. p. 480
  • Livro: apenas um autor e nome abreviado
VAZ, C. A. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. p. 480.
  • Livro: até três autores com nome por extenso
GOMES, Elisabeth; BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. pp. 142-143.
  • Livro: até três autores com nome por abreviado
GOMES, E.; BRAGA, F. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. pp. 142-143
  • Livro: mais de três autores
Este exemplo é até mais fácil que os demais. Quando um livro tiver mais de um autor, você deve seguir a mesma sequencia acima, entretanto colocará apenas o nome do primeiro autor, seguido da expressão “et al.”, que vem do latim e significa “entre outros”.
BEGA, Egidio Alberto et al. Instrumentação Aplicada ao Controle de Caldeiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. P. 180.
  • Livro: apenas um autor e nome por extenso
VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. p. 480.
  • Livro: apenas um autor e nome abreviado
VAZ, C. A. Google Marketing: o guia definitivo do marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora, 2007. P. 480.
  • Livro: até três autores com nome por extenso
GOMES, Elisabeth; BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. p. 142.
  • Livro: até três autores com nome por abreviado
GOMES, E.; BRAGA, F. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. 2. ed. São Paulo: Editora Campus, 2007. p. 142.
  • Livro: mais de três autores
Este exemplo é até mais fácil que os demais. Quando um livro tiver mais de um autor, você deve seguir a mesma sequencia acima, entretanto colocará apenas o nome do primeiro autor, seguido da expressão et al., que vem do latim e significa “entre outros”.
BEGA, Egidio Alberto et al. Instrumentação Aplicada ao Controle de Caldeiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. p. 180.

Fonte: http://www.tecmundo.com.br/tutorial/59480-aprenda-usar-normas-abnt-trabalhos-academicos.htm Acesso em 27 de Julho de 2014

domingo, 20 de julho de 2014

Educação Inclusiva - Qual é a sua língua?

Existem muitos problemas que impedem que a educação inclusiva atinja o objetivo desejado, um deles é o despreparo dos professores.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no 9.394/96 (Brasil, 1996), no Capítulo III, art. 4º, inciso III, diz que é dever do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Inclusive, o capítulo 5 da LDB 9.394/96 trata somente de aspectos referentes à Educação Especial. Entre os pontos especificados, o art. 58. § 1º diz que, sempre que for necessário, haverá serviços de apoio especializado para atender às necessidades peculiares de cada aluno portador de necessidades especiais. Por exemplo, em uma classe regular com inclusão pode haver um aluno surdo que necessite de um professor de apoio que saiba LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para auxiliá-lo em todas as disciplinas.

É necessário um professor de apoio para cada aluno com necessidade especial
Atualmente, já se tornou uma realidade nas redes públicas de ensino, alunos com necessidades especiais frequentarem a escola em salas de aula com inclusão. Isso é importante para que, “independentemente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento, possam se desenvolver social e intelectualmente na classe regular” (BENITE, BENITE, PEREIRA, 2011, p. 48).
Isso com certeza é um avanço em relação ao passado, quando um jovem portador de necessidades especiais era excluído da sociedade, sendo mantido somente dentro de sua casa; além de não receber nenhum tipo de educação e de não participar de contatos ou atividades sociais, muitas vezes sendo até mesmo maltratado.
Entretanto, para que a inclusão de fato se concretize, é necessário que os professores estejam preparados para lidar com esse tipo de situação. O art. 59, inciso III, diz que os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com necessidades especiais “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns” (Brasil, 1996, p. 44).
Porém, não é isso que é verificado na realidade. Silva e Retondo (2008) citam Bueno (1999), dizendo que:
“de um lado, os professores do ensino regular não possuem preparo mínimo para trabalhar com crianças que apresentem deficiências evidentes e, por outro, grande parte dos professores do ensino especial tem muito pouco a contribuir com o trabalho pedagó¬gico desenvolvido no ensino regular, na medida em que têm calcado e construído sua competência nas dificuldades específicas do alunado que atendem” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28).

Por isso, torna-se urgente que os alunos de Pedagogia, de Psicologia, das demais licenciaturas e todos os outros profissionais que terão contato com os alunos portadores de necessidades especiais, recebam em sua formação esse preparo. É necessário que todos fiquem “atentos para propostas pedagógicas que auxiliem os docentes no melhoramento de suas concepções e fazeres escolares” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 37).
Os professores enfrentam dificuldades não só em transmitir para esses alunos as disciplinas específicas em suas áreas de formação, mas falta também o próprio conhecimento “para lidar com a língua brasileira de sinais (libras) e com a presença de intérpretes em suas aulas” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 38). Isso se torna ainda mais complicado quando se trata de professores de ciências, como a Química, pois enfrentam grandes dificuldades em lidar com a construção do conhecimento científico voltado para esse grupo específico. Por exemplo, os alunos surdos sofrem muito com essa questão, porque a Química contém uma linguagem específica, que muitas vezes não tem como ser traduzida para LIBRAS, dificultando, assim, a construção do conhecimento.
Segundo Silveira e Souza (2011, p.38), o resultado é que mesmo estando em sala de aula, muitos alunos com necessidades especiais acabam sendo apartados ou excluídos – ocorre um distanciamento deles, que não conseguem dar continuidade aos estudos. 

Além dos professores que não são bem preparados, as próprias instituições de ensino não contam com recursos físicos e didáticos que visam atender às necessidades desses alunos. Por exemplo, alunos cegos necessitam de todos os livros didáticos em Braile, cadeirantes precisam que a estrutura física da escola esteja preparada para recebê-los, tendo, por exemplo, rampas, corrimãos, banheiros adaptados, entre outros aspectos. Infelizmente, não é isso que se vê em muitas escolas da rede pública, principalmente em escolas mais afastadas do centro urbano, que carecem de condições mínimas para continuarem funcionando.
Focalizando, porém, no educador, existem cada vez mais pesquisas pautadas nessa formação dos professores voltada para a educação inclusiva. Uma atividade que pode ajudar durante essa formação é “estabelecer uma via de comunicação com instituições e escolas que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28). A elaboração de vários projetos pode ser de auxílio nesse sentido, bem como a inclusão da disciplina Aspectos éticos-políticos-educacionais da normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais, nos cursos de graduação citados, conforme a indicação do  Ministério da Educação,  portaria 1.793/94 (Brasil, 1994).
A educação inclusiva no Brasil ainda está em seu estado embrionário, e sabemos que o apoio e o investimento dos governos são necessários. Todavia, esperamos que o contínuo aprimoramento de projetos nesse sentido, tanto na formação, como na formação continuada de professores, com o tempo sane ou pelo menos minimize os pontos decadentes do atendimento aos portadores de necessidades especiais. 

Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Fonte: http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/educacao-inclusiva.htm em 19 de Julho de 2014