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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ESPECIAL - SALA DE AULA ONTEM E HOJE!



Esta sala de aula tradicional no Rio de Janeiro nos anos 50.


SÃO JOSÉ DA VITÓRIA – BA, Educar, educar! Este lema é propagado por educadores, pensadores ideologistas, graduados em toda vertentes, os idealista da educação, Paulo Freire e Piaget, são referencias, quando se falam de qualidade me educação. A escola tradicional primava pela rigidez no ensino e na aplicação dos valores, já escola moderna está envolvida com novos métodos de ensino e nova aplicação de valores que por ora foi relegado apenas a escola e as famílias parecem terem-se desobrigadas de ensina-los. A visão da escola tradicional, é hoje sobretudo tida como coisa do passado e que carecem de mudanças profundas. Acreditamos que as mudanças implantadas na educação tradicional trouxe aprimoramentos significativos inerente na educação de hoje, isto se pode ver nos avanços combinados de tecnologia e ciência da educação. Métodos revolucionários de educação, foram produzidos visando tirar o aluno do anonimato para sua realidade atual, alunos capazes, cidadãos responsáveis pelos seus atos diante de uma sociedade cada vez mais competidora e agressiva com o avanço para promoção do educando. A educação tradicional era coberta de paradigmas, mitos educacionais e até histórias  de terror mental para alguns alunos do antigo ginásio com aquele famoso livro chamado “admissão” lá, nos primórdios dos anos 60 e 70 estudar era preciso para que se pudesse alcançar a promoção social e o status de pessoa educada. Em nossa cidade, existe salas de aulas espaçosas e centro de informática para o atendimento dos alunos, a educação do nosso município ainda carece de aparatos que seja m condizentes com a realidade do nossos alunos. Esperamos Mais Investimentos na área da educação de São José da Vitória. 
 
Sala de aula hoje a tecnologia impera.

Não tem como ficar de fora de aulas dinâmicas.

Bullying: identifique se o seu filho é vítima desse tipo de intimidação


Entenda como ocorre e se o seu filho está sendo vítima.
 

Pouco antes do horário de ir à escola, a criança diz que tem dor de barriga e pede para faltar. Em casa, não desgruda da Internet. Senhor pai ou responsável: pense duas vezes antes de castigar seu filho ou chamá-lo de preguiçoso. Você pode ter uma vítima de bullying em casa.
O termo vem do inglês "bully" (pronuncia-se 'búli'), que se refere a pessoas que intimidam, agridem ou se aproveitam de outras pessoas - o seu filho, por exemplo.
  
Um dos desafios para a identificação do bullying é o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras por pais e professores - crianças que se dão apelidos, fazem gozações e chacotas umas com as outras. "O que muitos pais não percebem é que, não raramente, essas 'brincadeiras' fazem mal à criança. Em casos extremos, leva ao suicídio", diz a pedagoga Cleo Fante, especialista em bullying. Segundo a educadora, a popularização da Internet entre adolescentes e crianças é outro fator que contribui para o aumento do bullying, "já que no mundo virtual as pessoas não precisam dar as caras". Os casos de cyberbullying, praticados pela Web, são tão "prejudiciais para as crianças quanto o bullyings tradicional", afirma Fante.
 
Como agir diante do bullying No mundo real ou virtual, o problema requer atenção de pais e professores. "Um dos maiores erros é menosprezar o sofrimento da criança. Não se deve dizer para o filho deixar isso para lá", diz Fante. "Há pais que dizem 'eu também passei por isso', o que não justifica o sofrimento da criança. Além do mais, cada indivíduo encara as dificuldades de maneira diferente", diz. Se a escola é o local em que a criança sofre a intimidação, os pais devem entrar em contato com professores e diretores, que devem coibir esse tipo de ação entre os estudantes. "É preciso também estimular a auto-estima dos pequenos. As maiores vítimas são as crianças tímidas, que não conseguem se defender e exigir que os colegas parem com a brincadeira. Os pais devem incentivar a criança a fazer isso, sem estimular a violência", diz Fante. "A criança deve conseguir dizer com firmeza: 'eu não quero brincar', 'eu não sou isso que você está dizendo'. Brigar com o filho vítima de bullying não dará a coragem que a criança precisará para ser firme", explica a pedagoga.
 
Como identificar o bullying Muitas vítimas de bullying sofrem caladas, "por vergonha, por acharem que são culpadas ou até merecem os apelidos, ou por falta de oportunidade de diálogo", aponta Cleo Fante. Cabe, então, a pais e professores a tarefa e identificar se há algo de errado na vida social da criança ou mesmo do adolescente. "Só consegue notar diferenças quem acompanha o cotidiano do filho. É esse o primeiro passo: ver se a criança está mais irritada, nervosa ou triste que o normal", aponta Fante. No caso de vítimas de cyberbulling, a compulsão por utilizar a Internet é outra característica.
 
Filhos "valentões"
 
Se o seu filho não é vítima de bullying, ele pode ser, ainda, um desses agressores - comportamento que também merece atenção e cuidado dos pais. "Dependendo da gravidade do ato, o menor pode ser internado para serem aplicadas medidas sócio-educativas", explica o promotor de Justiça Criminal, Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais. No caso de bullying pela Internet - caso a criança ou adolescente espalhe mentiras que ofendam algum colega -, o pai ou quem permitiu o acesso ao computador também pode ser penalizado. "Alguém que seja negligente com um crime pode também ser responsabilizado, de acordo pelo código penal. Na área cívil, pode haver processos por danos morais e a família ser obrigada a pagar indenizações", diz Calhau.
 
Para identificar se o seu filho está intimidando outras crianças, a pedagoga cita algumas características comuns aos agressores: "os jovens que praticam bullying costumam ser hostis, usam força para resolver seus problemas e são intolerantes". Os pais não devem elogiar nem estimular os filhos briguentos e valentões. Devem conversar e, se necessário, procurar ajuda de profissionais especializados, como psicólogos.
 
Dica:
 
Seu filho sofre bullying? Então:
 
  • Não diga para "deixar para lá" - ou ele pode não mais contar problemas que tenha;
  • Converse com a direção da escola, se o problema for lá;
  • Se não resolver, faça boletim de ocorrência em delegacia de polícia;
  • Se a ofensa for pela Internet, imprima a página e leve ao Ministério Público;
  • Estimule que seu filho conte como foi o dia na escola.

Escolas, alunos e professores 'não falam mesma língua'






Quando o assunto é a violência dentro das salas de aula, não parece haver consenso sobre suas principais causas.

Professores, diretores de escolas, alunos e especialistas em educação ouvidos pela reportagem da BBC Brasil apontam para direções diversas, sugerindo que agressões contra educadores seriam fruto do histórico familiar dos alunos, da falta de políticas públicas e policiamento e também de professores mal preparados - e até mesmo agressivos.

A violência em sala de aula contra professores foi um dos temas destacados por internautas em posts de Facebook e no Twitter como um dos que deveria receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais, em uma consulta promovida pelo #salasocial, o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.

Enquanto ninguém fala a mesma língua, o MEC (Ministério da Educação) diz não ter dados unificados sobre a violência escolar. Confrontado pela reportagem, porém, o Inep, órgão ligado ao ministério, reconheceu que o tema faz parte da Prova Brasil - avaliação nacional com respostas voluntárias de professores, alunos e diretores. Os últimos dados, de 2011, foram tabulados a pedido da BBC Brasil.

Os resultados apontam que um terço dos professores que responderam ao teste disse ter sido agredido verbalmente por alunos. Um em cada dez afirmou ter sofrido ameaças. Aproximadamente um a cada 50 apanhou de estudantes.

"É simplista culpar crianças e adolescentes por tudo o que acontece", alerta a socióloga Miriam Abramovay, pesquisadora do tema com passagens pela Unesco, Banco Mundial e Unicef.

"A escola tem culpa, porque se isola das comunidades e não se atualiza. E os professores têm péssima formação, simplesmente não conseguem, e muitas vezes nem tentam, conquistar os alunos", diz. "No fim, todos são vítimas."
  • Descompasso

  

Para pesquisadora, a desvalorização do ensino resumiria este descompasso. "A estrutura das escolas parou no século 19, os professores dão aulas como no século 20 e os alunos, sempre conectados, vivem no século 21", diz. Ela afirma que as escolas vivem um "processo de abertura" há 50 anos.

"Se antes havia pouco espaço para as classes populares, hoje a escola se massificou. Todos entram - nem sempre continuam, mas entram. Mas a relação professor–aluno não mudou nada nesse meio tempo e os educadores não sabem lidar com esse novo interlocutor, que antes estava na rua, do lado de fora", diz.

Abramovay diz que a violência não é consequência direta do entorno. "Há escolas em bairros tremendamente violentos que têm resultados satisfatórios. E colégios particulares, ricos, com problemas enormes", observa.

A pesquisadora aponta o trabalho participativo, envolvendo pais e alunos na construção de regras e do currículo escolar, como caminho para reduzir a resistência e a agressividade. "Os muros das escolas não são simbólicos", afirma. "Eles são reais, ninguém penetra ali. Assim, a escola não é nem protegida, nem protetora", diz.

O educador Jorge Werthein, presidente da Unesco no Brasil entre 1996 e 2005, também diz que a escola "precisa ser acolhedora" e critica a formação dos colegas.

"Diferente do médico, que faz residência, a maioria dos professores que se forma não tem nenhuma experiência em sala. Só pisam lá no primeiro dia, encontram coisas que nunca viveram e não sabem lidar", diz.

Para Wherthein, os educadores precisam se dar conta "da violência que eles próprios exercem sobre os alunos". "Perseguição, homofobia e exageros nas repreensões" seriam exemplos. "Outra agressão simbólica é o abismo tecnológico que existe entre professores e alunos", diz.
  • Celular

Com um olho no smartphone e outro no repórter, os alunos entrevistados parecem concordar com a avaliação. "Parece que eles vivem fora do tempo. O professor pede para a gente copiar a lição do quadro, mas eu podia tirar uma foto com o celular e prestar atenção no que ele diz", reclamou uma estudante da 8º ano de uma escola em Diadema, ao sul de São Paulo.

A seu lado, espinhas no rosto e sorriso tímido, um adolescente do ensino médio completa. "Sei que celular pode atrapalhar. Não é para usar Facebook e Whatsapp na aula. Mas quando ajuda, por que não, né?", questiona.

Eles reconhecem que as agressões são constantes. "Na semana passada a professora chamou a atenção de um aluno bagunceiro e ele perguntou se ela não tinha medo de morrer. Ela deu risada e continuou passando a lição", contou uma estudante do 1º ano do ensino médio.

"Tem brigas combinadas também. Os alunos fingem estar dando porrada para o professor vir separar e apanhar também", completou. Professores ouvidos pela reportagem disseram que a escola, hoje, seria "um espaço de conflito".

"Os professores não são santos que caíram do céu e vêm educar com toda a candura. Sempre que passo pelo pátio me chamam de vagabunda. O educador tenta legitimar a sua autoridade, não consegue, e aí revida", disse uma ex-professora da rede pública, que não quis se identificar.
 
Créditos: BBC BRASIL

Educação Inclusiva - A Dificuldade de Incluir

 
 
 
Pesquisa destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores.

 
Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que crianças com síndrome de Down que frequentam a rede básica de ensino estão sujeitas a sofrer exclusão. A pesquisa foi conduzida pela fonoaudióloga Flávia Mendonça Rosa Luiz entre 2010 e 2014 e envolveu entrevistas com dez professoras da educação infantil da rede municipal de Araraquara, no interior paulista. A coleta dos dados mostrou que os educadores têm uma visão estigmatizada dessas crianças e apresentam dificuldades para acreditar no potencial delas para se desenvolver e aprender como os demais alunos. Por conta disso, eles acabam dispensando um tratamento especial e, consequentemente, excluindo-as, como aponta a pesquisadora. “É preciso romper com o conceito de identidade que está associado à homogeneidade e que não reconhece a distinção entre os seres, e passar a considerar a diferença como uma característica comum à espécie humana, e dar aos indivíduos a oportunidade de mostrar o melhor de si”, reforçou Flávia. Nas entrevistas realizadas, as professoras reconheceram a dificuldade para trabalhar com o processo de inclusão e atribuíram isso à má formação teórica e prática que tiveram na faculdade. Como enfatizou a autora, esse dado não surpreende, pois há relatos parecidos em outros estudos, o que destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores e motivá-los a refletir sobre suas crenças e valores frente ao tema.  
 
 

domingo, 17 de agosto de 2014

O Legado Educacional de Eduardo Campos Parte I

Todos nós sabemos, que na última quarta-feira 13 de Agosto de 2014, faleceu vítima de um desastre aéreo do Ex-Governador de Pernambuco e Presidenciável da República Eduardo Campos. A morte do brilhante gestor e político, causou na última semana comoção nacional, sendo lembrado como importante líder jovem e político do país.
Eduardo Campos deixou seu legado para a nação e em especial para a sociedade Pernambucana, que o eternizou como o melhor governador que Pernambuco já elegeu. Por isso, vamos agora iniciar uma série de artigos sobre o seu legado na área educacional do Estado e o que seria sua proposta de governo no eixo Educação e Cultura.



No que se diz respeito a Educação, Pernambuco se destaca em modelo de gestão educacional, em comparação aos demais estados do Brasil. Esta ascensão educacional no estado se deu a partir de 2006 quando o governo do Estado de Pernambuco é assumido pelo então eleito Eduardo Campos. Com uma proposta mais social, Eduardo começa sua luta para reformar o sistema educacional do estado, que já estava sucateada pela falta de investimentos necessários pelos governos anteriores. Tínhamos professores mal remunerados e desestimulados, escolas com infra-estrutura sucateadas, sem internet, ser apoio e recursos pedagógicos, poucos educadores concursados, escolas sem bibliotecas e sem acervo e o pior, o nível de aprendizagem dos alunos da educação básica era um dos piores do Brasil, segundo o censo escolar de 2006. As escolas estavam sofrendo com a evasão escolar dos alunos, e o número de matrículas na rede estadual caiu cerca de 0.8%. Isso acontecia desde o ano 2000, por vários fatores, mas a falta de investimentos e a falta de interesses dos anteriores governantes, foram os principais fatores que contribuíram para o sucateamento da educação.
 
 
 
Foi no começo de seu governo que Campos começou a modificar todo o sistema educacional do estado. o Governo passou a investir de forma inédita na educação, e planejou as mudanças educacionais que tanto o estado necessitava. Com a modernização da gestão, o governo começou a investir na educação inclusiva, EJA, na criação e modernização de programas sociais de educação como o PROJOVEM Urbano, Projeto Educar entre outros.
 
Em 2008 o Governo do Estado de Pernambuco traça suas metas educacionais. Então é publicado pela secretaria de educação, as diretrizes educacionais e de avaliação do ano letivo de 2008, com uma concepção inédita no que se diz respeito a avaliação dos alunos. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04/2008 dispunha sobre as diretrizes e procedimentos para implantação do Sistema de Avaliação das
Aprendizagens nas Escolas da Rede Estadual de Ensino a partir do ano letivo de 2008.
 
No mesmo ano, o Governo também investe pesado na educação rural, onde começam a ser reformadas todas as escolas existentes nas áreas rurais do estado, e é ofertada aos professores capacitação profissional para melhoria da educação.
 
em 2011 todos os professores da rede estadual passam a receber capacitação. Para otimizar o trabalho dos servidores da Secretaria Estadual de Educação (SEE), foi lançado pelo secretário da pasta, Anderson Gomes, o projeto Aprender TI On Line. A ideia é capacitar os trabalhadores efetivos em 14 cursos de informática. Ao todo, foram oferecidas 25 mil vagas nos níveis básicos, médio e avançado em Word, Excel, Power Point, Outlook, Windows e Internet Explore.
Ainda em 2011, o estado abre concurso em Fernando de Noronha (DEFN) para seleção pública simplificada visando a contratação de 164 profissionais para atuar na área da Educação.
 
As escolas de referencia, conhecidas como escolas integrais, em Pernambuco, foram criadas a partir do ano de 2008, pelo governo estadual. A ideia principal era de ofertar aos alunos uma escola de referencia em ensino médio, que funcionava em tempo integral, ou seja, o aluno passa o dia inteiro dentro da escola, fazendo assim que o nível de aprendizagem do aluno fosse o mais elevado do país.
em 2011, o modelo de escola integral foi o mais premiado do país, por que as escolas tiveram nota acima da média nacional no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2010. Das 51 unidades escolares de referência, 45 alcançaram 542,21 pontos. A média do País foi de 511,21. Entre as 10 instituições desse modelo que contaram com participação de mais de 75% dos estudantes, seis estavam localizadas no interior pernambucano.
Nesse ranking, a Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho, localizada em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, foi a primeira colocada, atingindo 586,96 pontos. Comparada com as escolas públicas, ela ocupava naquele ano a 9ª posição. O resultado também era visto na aprovação dos alunos nos vestibulares. Dos 196 que concluíram o ensino médio em 2010, cerca de 150 ingressaram no ensino superior.
 
Ainda em 2011 o Estado investiu na criação de produção de materiais didáticos por professores da rede estadual de ensino. Foram abertas as inscrições para os professores efetivos ou temporários que quisessem produzir materiais didáticos sobre arte, biologia, educação física, língua espanhola, filosofia, física, geografia, história, língua inglesa, língua portuguesa, matemática, química e sociologia e que seriam utilizados em toda a rede. O projeto recebeu o nome de "Professor Autor".
 
Daí, o governo começa a informatizar toda a rede de ensino, mas não só os professores, mas também os alunos. O governo naquele ano começa a investir pesado no uso de aparelho tecnológicos em salas de aula. Começa então a distribuição de tablets para todos os alunos da rede estadual de ensino, e notebooks para professores. Isto era uma ação inédita para fins educacionais, algo que o governo teve toda a coragem de realizar com êxito. Além disso, foi ofertado aos professores capacitações para a melhor utilização deste acervo tecnológico em pró da educação.


 

Fonte: www.educação.pe.gov.br; www.google.com.br; www.wikipedia.com.br

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

‘O ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular’, diz educadora

Filósofa e professora Viviane Mosé critica modelo educacional do país

Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/o-ensino-medio-se-reduziu-uma-preparacao-para-vestibular-diz-educadora-13473499#ixzz39QhjmmUj


 
Para a filósofa Viviane Mosé, educadores precisam refletir sobre as reais demandas dos alunos e adequar o ensino aos novos tempos. Ela participará do encontro internacional “Educação 360”, que será realizado pelos jornais O GLOBO e “Extra” de 5 a 6 de setembro na Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio, em parceria com o Sesc e a prefeitura do Rio e apoio do Canal Futura.
 
A sra. já disse que precisa haver uma revolução no ensino médio. Que revolução seria essa?
 
Se o ensino fundamental tem melhorado, o ensino médio permanece estagnado. Como trata da educação de adolescentes e jovens, é hoje o olho do furacão. Mesmo com oferta de vagas, com a melhora das condições físicas das escolas, muitos jovens abandonam os estudos, fenômeno que já aparece nos anos finais do ensino fundamental. A escola, do modo como está estruturada, não consegue atrair. Se esse fenômeno acontece em muitos países, em função da democratização do saber permitida pela internet, no Brasil se apresenta de modo ainda mais grave, já que o ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular. Como as escolas públicas não conseguem competir com as particulares, jovens das classes populares não encontram nada na escola: nem acesso à universidade, nem ferramentas que o ajudem a viver melhor, nem acesso ao mercado de trabalho, nem espaço de encontro e experiências lúdicas. Muitas medidas paliativas têm sido tomadas, como as cotas para as escolas públicas nas universidades, mas nada disso resolverá o problema. O Brasil precisa repensar o ensino médio, que deve oferecer diferentes possibilidades, dependendo da vocação e do interesse do aluno.

O que torna um projeto educacional bem-sucedido?

Um projeto é bem sucedido quando as crianças aprendem e não abandonam a escola. Quando encontram na escola um espaço de crescimento não apenas intelectual, mas humano. A escola não deve se sustentar na administração de conteúdos, mas na aquisição de ferramentas para viver melhor. Os conteúdos estão disponíveis na rede, precisamos estimular a capacidade de ler e interpretar dados e sofisticar nossa habilidade de ler o mundo. Essa é uma escola que dá certo, pois permite que a pessoa continue aprendendo.

Qual o novo papel do professor?

Nós, professores, nos sustentávamos nos conteúdos que tínhamos e devíamos passar aos alunos. Hoje, esses conteúdos estão disponíveis, muitas vezes, com mais dinamismo e qualidade nas novas mídias. Então, nosso poder passa a ser o de preparar os alunos para lidar com as mídias. Isso significa incentivar a inteligência, o pensamento e, especialmente, a capacidade de filtrar dados e interpretá-los, para que não sejam levados por uma onda de informação manipulada ou de má qualidade. O professor não é mais quem sabe tudo, mas quem se interessa por tudo. A educação caminha para a formação de pesquisadores, e isso é muito favorável.

As escolas precisam olhar mais para as comunidades ao redor?

Elas devem se abrir para o mundo. Não podem mais se esconder por trás de altos muros. Os desafios do mundo devem ser questões presentes no cotidiano das escolas, não apenas questões acadêmicas abstratas. Mas esse mal, o isolamento, deve começar a ser vencido nas universidades, que nasceram dos conventos, com seus altos muros.

Muitos especialistas associam as manifestações do ano passado ao aumento do acesso à educação. Acredita nesta conexão?

De forma nenhuma. As manifestações são consequência do acesso às novas mídias, que rapidamente reúne pessoas. Mas essa reunião se deu em um momento em que as pessoas ainda não têm uma educação de qualidade, voltada para a vida, para as questões sociais. Sem rumo, elas se perderam, não produziram conquistas, desembocaram em violência. Em breve, teremos outro cenário: manifestações, sim, enormes, mas com direção, sentido, maturidade política e intelectual.

No encontro “Educação 360”, a senhora vai participar de uma mesa sobre as iniciativas de
educação que partem do Brasil. As ações brasileiras guardam um diferencial comum?

Não há uma gente mais criativa que a nossa, eu penso. Depois de andar do Oiapoque ao Chui, tenho a honra de conhecer experiências incríveis e inéditas que dão muito certo. Muitas vezes, escolas muito pobres; em outras, mais ricas, sempre com criatividade e vontade, conseguem produzir uma educação de qualidade. Temos de valorizar essas práticas e compartilhá-las, precisamos adotar o modo brasileiro de educar que dá certo, e não importar modelos, o mundo inteiro repensa a educação.

O Enem muito além da vaga na universidade

Nota no Exame nacional pode ser útil para outras finalidades estudantis, Saiba aproveita-las para sua necessidade.

Ingressar em uma universidade é sem dúvidas, o maior objetivo dos estudantes que se inscrevem no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Mesmo tendo como principal função servir de acesso as instituições de ensino superior, a prova nacional acumulou outros objetivos ao longo das edições. O programa Ciências sem Fronteiras, o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), por exemplo, também exigem o exame.
 
Para o Diretor Pedagógico do Colégio Motivo, Eduardo Belo, o Enem é hoje o principal canal para a realização de diferentes projetos de vida dos estudantes. "Um jovem não pode mais pensar em não fazer o Enem. O Exame está mudando o ensino médio do país e deve ser realizado mesmo por quem não quer entrar em uma universidade Pública. Muitas vezes, até para faculdades particulares, o Enem é pedido", Ressaltou.
 
A estudante do 4º período de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Marianne Demézio, 19 anos, só conseguiu garantir uma vaga na instituição de ensino superior graças ao Enem. "Fiz vestibular para três universidades públicas, mas não passei. Com a nota do exame, consegui uma vaga pelo ProUni", contou, referindo-se ao programa de bolsas de estudos. Este ano, o Enem acontece nos dias 8 e 9 de novembro.
 
Das 63 universidades federais brasileiras, 55 usam o Sistema de Seleção Unificada (SISU) parcial ou totalmente. Para concorrer a uma vaga pelo Sisu, é necessário ter feito o Enem. Em Pernambuco as notas são usadas para disputar vagas na UFRPE, UFPE, UPE, Univasf, IFPE, IFSertão. Além das instituições públicas, várias particulares também usam a nota como opção de vestibular.

Fonte: Diário de Pernambuco edição de Domingo, 03 de Agosto de 2014. Reportagem: Anamaria Nascimento.