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quarta-feira, 12 de outubro de 2016



                                        Era Vargas





Getúlio Vargas (1882-1954) ocupou a presidência do país, em um primeiro momento, por quinze anos: de 1930 a 1945. Depois retornou ao mesmo posto em 1951, governando por mais três anos, em um contexto bem diverso, e saindo apenas de forma não convencional, ou seja, suicidando-se. O termo “Era Vargas” é empregado justamente para acentuar essa longa permanência no poder. Vargas ascendeu à presidência em 1930, em um contexto de saturação do modelo político que vigorava até aquele momento, a chamada “República Velha”, cuja rotatividade do poder era disputada por líderes dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Representantes de algumas das oligarquias regionais contrárias às medidas do então presidente Washington Luís, de São Paulo, uniram-se com o Exército, que também se achava desmoralizado desde 1924 em razão da Revolta dos Tenentes, para depor o presidente da República. Essa atmosfera de conturbações políticas ficou conhecida como “Revolução de 1930”. Vargas, que era governador do Rio Grande do Sul, passou, nesse momento, a ser o presidente encarregado de organizar a República.
As principais características do início da atuação de Vargas como presidente foram: 1) a centralização do poder político e o consequente enfraquecimento das oligarquias regionais, especialmente a paulista; 2) a modernização econômica, sobretudo após a Crise de 1929, que exigiu uma aceleração na política de substituição de importações, isto é, a produção de maquinário industrial em solo brasileiro, que resultou na criação de siderurgias e metalurgias; 3) o enfrentamento da insatisfação de São Paulo, que exigia uma Assembleia Constituinte – já que Vargas governava “provisoriamente” como apoio do Exército e havia dissolvido o Poder Legislativo.
Em 1932, o estado de São Paulo insurgiu-se contra o poder central da República, episódio que ficou conhecido como“Revolução Constitucionalista de 1932”. Vargas, valendo-se da ação do Exército Nacional, sufocou a insurgência paulista. Entretanto, a pressão por uma Constituição continuou e, em 1933, foi convocada uma Constituinte que definiu a nova Constituição, em 1934, por meio da qual Vargas foi eleito indiretamente para a presidência. No ano seguinte, uma nova revolta articulou-se contra o governo de Getúlio, dessa vez a dos comunistas, que eram liderados por Luiz Carlos Prestes. A “Intentona Comunista”, de 1935, abriu um precedente para Vargas e os generais do Exército tramarem o golpe que o preservou no poder até 1945.
O “Estado Novo” – a fase explicitamente ditatorial de Getúlio Vargas – foi instituído no dia 10 de novembro de 1937. A Constituição de 1934 foi revogada, e o país viu-se privado de eleições e de liberdade de expressão, além de submetido ao controle de caráter fascista fortemente inspirado nos líderes autoritários europeus da mesma época, Mussolini e Hitler. Contudo, um dos destaques do período do “Estado Novo” foi a criação das leis trabalhistas através da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), aprovada em 1º de maio de 1943.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda dos regimes fascistas, o “Estado Novo” varguista entrou em crise, pois o seu formato autoritário de governo sofreu um grande desprestígio. Desse modo, a mesma junta militar que ajudou Getúlio Vargas a erigir sua ditadura acabou por depô-lo do poder. Ainda que o político gaúcho tenha articulado, em 1945, o chamado “queremismo” (movimento popular em prol de sua permanência na presidência da República, que gritava o bordão “Queremos Getúlio!”), não conseguiu evitar o seu afastamento.
Getúlio voltou ainda ao poder em 1951 após disputar as eleições democráticas de 1950, em um contexto, portanto, bem diferente daquele no qual se manteve por quinze anos no poder. Contudo, não chegou a terminar seu mandato. Pressionado por vários setores da sociedade, principalmente pelo jornalista e político Carlos Lacerda, a renunciar em razão das medidas populistas que vinha adotando em seu governo, Vargas decidiu dar um desfecho trágico à sua trajetória, suicidando-se com um tiro no coração em 24 de agosto de 1954.

Texto: Me. Cláudio Fernandes
Fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/era-vargas.htm 

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Olá pessoal, hoje começaremos aqui em nosso blog, uma serie de postagens com a finalidade de contar e discutir com vocês grandes histórias ocorridas no mundo. Começaremos aqui com a história da civilização Viking. Temos o intuito de publicar várias histórias, buscando auxiliar seus estudos para o vestibular ou ENEM. Boa Leitura!

As Invasões Viking's







Durante a Baixa Idade Média, a civilização viking deu início a uma série de invasões que marcariam o instável quadro político militar europeu. Pertencentes a uma civilização de forte tradição militarista, os vikings acreditavam que os conflitos ocupavam um importante espaço de suas crenças e práticas sociais. Dessa forma, entre os séculos VIII e XI, deflagraram um grande número de batalhas que tomaram boa parte do Velho Mundo.
Os vikings são oriundos das gélidas terras encontradas nas regiões da Noruega, Dinamarca e Suécia. Nestas regiões – apesar da falta de recursos fartos – praticavam a agricultura, a pesca e o comércio de diversos produtos como trigo, peixes, metais, madeira e alguns escravos. Historicamente, foram capazes de formar uma cultura autônoma, tendo em vista que os romanos não promoveram a ocupação dos domínios escandinavos.
Mesmo partilhando diversos hábitos e costumes, os vikings não experimentaram nenhum tipo de governo centralizado capaz de organizar as invasões à Europa. Geralmente, pequenos grupos independentes organizavam as pilhagens que começaram a atingir o mundo europeu a partir das ilhas britânicas. Faziam uso do drakkar, tipo de embarcação leve, com a qual os vikings alcançaram a Europa por vias marítimas e pluviais. Não por acaso, iniciaram a ocupação da Europa Continental adentrando o Rio Sena.
Apesar das invasões atingirem essas duas primeiras localidades, a ocupação dos vikings ocorreu simultaneamente em diversas partes da Europa. Um dos alvos mais visitados era a Irlanda, que devido à proximidade e a ajuda dos ventos fazia com que essa investida militar ocorresse sem maiores dificuldades. Enquanto os vikings noruegueses e dinamarqueses invadiam regiões da Espanha e da França, os suecos costumavam invadir partes da Polônia, Letônia, Lituânia e Rússia.
Ao contrário do que se pensa, não podemos definir que a invasão realizada pelos vikings tenha ocorrido por uma mera inclinação para a guerra. De acordo com algumas pesquisas, o processo de expansão territorial dessa civilização foi gradual e, provavelmente, foi motivado pelo problema do aumento dos contingentes populacionais em terras pouco férteis. Contrariando vários mitos ligados a essa civilização, os vikings não eram xenófobos e realizavam comércio com vários povos estrangeiros.
Outra interessante “tradição inventada” vinculada aos povos vikings está relacionada ao hábito de utilizar elmos com chifres. Pesquisas arqueológicas indicam que uma pequena parte dos combatentes utilizava esse tipo de aparato, mais comumente usado para a realização de rituais religiosos. Essa associação entre os vikings e os chifres aconteceu com a popularização, durante o século XIX, de peças teatrais e óperas que incorporaram esse vistoso ornamento.
Nesse processo de expansão, também responsável pela colonização de diversas terras nórdicas, os vikings acabariam antecipando em cinco séculos a viagem feita por Cristóvão Colombo. Por volta do ano 1000, segundo vestígios encontrados na costa leste do Canadá, um grupo de vikings dominou algumas terras nesta região investigada. Contudo, as dificuldades de fixação e o confronto com os povos nativos acabaram dando fim a essa empreitada.
Na mesma época, por volta do século XI, a expansão dos povos vikings pela Europa começava a dar seus primeiros sinais de desgaste. Além de sofrerem com diversas derrotas militares, o avanço do cristianismo pelo continente acabou enfraquecendo a formação de novas tropas dispostas a lutar. Apesar de tantas transformações, as tradições e lendas criadas por essa civilização ainda se mostra presente em diversos traços da cultura européia contemporânea.

Texto de: Rainer Sousa
Fonte:  http://historiadomundo.uol.com.br/idade-media/as-invasoes-vikings.htm

domingo, 26 de julho de 2015

Tecnologia não é perfumaria, deve estar no centro da gestão pedagógica

Aluno utiliza plataforma de aprendizagem adaptativa. Crédito: Na Lata
Aluno utiliza plataforma de aprendizagem adaptativa. Foto: Na Lata

Olá, leitor!
Faça um exercício: pergunte a seus colegas professores, coordenadores pedagógicos ou diretores quais são as aplicações da tecnologia na Educação. É provável que as respostas indiquem máximas como “ser aliada do professor na construção do conhecimento, permitindo que ele assuma o papel de mediador” ou “ser um meio de falar a linguagem do jovem”. Embora eu acredite que a tecnologia realmente permita aos professores assumirem novos papéis e estimule o interesse dos alunos pelos estudos, provavelmente ninguém na enquete ressaltará outra função bastante relevante: o de ferramenta de gestão pedagógica.
Acredito que a tecnologia deva ocupar um lugar central tanto no chão da escola quanto no planejamento e na gestão pedagógica, principalmente na rede pública. Comecemos pelo chão da escola: um estudo do ano passado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre a introdução da tecnologia em escolas da América Latina, Índia e China revelou que os resultados mais significativos, com 17% de melhoria nas notas, vieram dos projetos de aprendizagem personalizada. Segundo o BID, eles “forneciam softwares usados para identificar, por meio de testes, em quais tópicos da matéria cada aluno tinha mais dificuldade e ofereciam atividades para superar as deficiências, como videoaulas”. (Leia sobre o estudo na reportagem Lentidão na sala de aula, no site da revista Exame.)
Inteligência artificial e personalização
Exemplos dessa aplicação são o Geekie Lab e a Khan Academy. A cada interação do aluno – ao ler textos, assistir a vídeos e realizar atividades ou avaliações –, a inteligência artificial do Geekie Lab, por exemplo, “entende” melhor o perfil do aluno e gera planos de estudo personalizados. Se o estudante demonstra domínio de um determinado tópico, a plataforma sugere para ele assuntos mais complexos. Se tem dificuldades nas atividades, ela o remete para assuntos anteriores que são pré-requisitos para a compreensão daquele tópico.
Com relatórios que indicam de forma precisa o estágio de conhecimento de cada aluno, o professor pode realizar o sonho de todo educador: dar atenção personalizada, mesmo em turmas grandes. Ruth Correa, coordenadora pedagógica da EE Jardim Riviera, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, nos contou um exemplo interessante do uso da plataforma em sala de aula: “O professor de Matemática estava ensinando matriz, conteúdo que exige, no mínimo, quatro ou cinco aulas. Numa delas, enquanto trabalhava com um grupo de alunos com mais dificuldade nesse assunto, os outros assistiam a videoaulas”, disse. “No final, todos corrigiram juntos os problemas, discutiram as questões e o professor resolveu alguns deles na lousa.”
Do ponto de vista do coordenador ou do diretor, as plataformas fornecem uma visão panorâmica. É possível enxergar padrões de desempenho por turma ou unidade e investigar por que uma classe ou escola de uma rede tem rendimento maior em, digamos, Matemática – ou em assuntos específicos, como equações de 2º grau. Assim, é possível descobrir práticas bem-sucedidas dos professores e replicá-las.
Nível macro e ID digital
O ideal é que esses usos dos dados caminhem com subsídios para decisões macro, tomadas por gestores de grandes redes, como secretarias de Educação – algo já discutido em outros países há alguns anos. No artigo Creating Data Driven Schools (Criando Escolas Orientadas por Dados, em tradução livre), os especialistas americanos Penny Noyce, David Perda e Robert Traver citaram o caso de um grupo de escolas públicas de Massachusetts, nos Estados Unidos, que identificou em exames estaduais uma correlação estreita entre a fluência na escrita e o desempenho em Matemática, Ciências, Língua Inglesa e Artes. As autoridades criaram uma escala de oito níveis de leitura/escrita para o professor classificar os alunos nas avaliações e orientaram as escolas a desenvolverem projetos especiais com aqueles que apresentaram mais dificuldade. Depois, definiram como meta reduzir em 25% por ano o número de estudantes classificados no nível mais baixo da escala.
O mais importante é que o uso de dados pode ser aplicado a qualquer área. O estudo cita outra possibilidade fascinante: a criação da identificação digital (ID) do estudante. Isso daria a professores e gestores acesso à trajetória do aluno, o desempenho em todas as provas já realizadas – um software pode gerar relatórios dos seus pontos fracos e fortes ao longo da vida escolar –, o histórico disciplinar e até o familiar. Assim, uma escola de Ensino Médio que recebe um aluno do Fundamental 2 não vai mais se deparar com um ilustre desconhecido. Ela pode, por exemplo, montar um planejamento individual antes do início das aulas para ajudá-lo no percurso de aprendizado.
No centro do processo
Embora eu admita que parte do que abordei aqui está distante da realidade atual da maioria das escolas brasileiras, vamos olhar o copo meio cheio: as plataformas já estão aí, ajudando alunos de algumas redes públicas, inclusive na preparação para o Enem. E as aplicações mais sofisticadas virão, com certeza, em velocidade diretamente proporcional à pressão de educadores para que sejam adotadas. O essencial é enfatizar a mensagem de que a tecnologia está no centro do processo de modernização do ensino para o século 21. Encará-la como perfumaria é, definitivamente, subestimar seu potencial de transformação da Educação.
Um abraço,
Claudio Sassaki

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/2015/07/21/tecnologia-no-centro-da-gestao-pedagogica/

Para o que serve o ENEM?

Ouvimos especialistas em Educação para esclarecer dúvidas freqüentes em relação ao Enem


26/05/2015 18:56
Texto Marina Azaredo e Camilo Gomide 
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/pra-que-serve-enem-470728.shtml
 
 

O que o Enem avalia? Podemos medir a qualidade de uma escola pelo desempenho de seus alunos na prova? Ele é um bom parâmetro para avaliar a Educação brasileira?

As mudanças recentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), anunciadas pelo governo, provocaram polêmica em torno da prova e de seus objetivos. Muito tem sido dito sobre o exame do ensino médio, mas ainda faltam definições concretas, o que tem causado confusão em estudantes, pais, professores e profissionais da área. Uma das distorções mais frequentes ocorre quando a nota dos alunos no Enem serve de base para a criação de rankings de escolas.

Para entender melhor os propósitos do exame e as conseqüências da transformação da prova, o Educar Para Crescer consultou três especialistas em Educação. Nas questões abaixo, o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, o professor da faculdade de Educação da USP Nelio Bizzo e o coordenador de vestibular do Colégio Bandeirantes, em São Paulo (SP), Osmar Antônio Ferraz*, ajudam a esclarecer algumas dúvidas sobre o Enem.


*A entrevista original desta reportagem foi realizada em 2009, mas as informações foram atualizadas. Osmar Antônio Ferraz faleceu em 08 de maio de 2015. 

1. O que o Enem avalia?
Simon Schwartzman: A prova do Enem avalia, sobretudo, habilidades gerais dos alunos que estão concluindo o ensino médio. Ao invés de cobrar conteúdos específicos, como no tradicional vestibular, o exame analisa a capacidade de leitura, interpretação de texto e a aplicação de conceitos dos estudantes.

Nelio Bizzo: O Enem foi proposto inicialmente para aferir a capacidade de raciocínio dos alunos, na tentativa de diminuir as desigualdades entre estudantes de escolas públicas e particulares. O modelo, no entanto, tem se mostrado muito mais eficiente para medir o nível de leitura e interpretação de textos dos candidatos do que o raciocínio. A habilidade leitora é muito mais desenvolvida pelas classes mais privilegiadas, que possuem acesso maior à escolarização e bens culturais.
Simon Schwartzman: O exame não avalia o conteúdo específico da aprendizagem. Não verifica se o aluno aprendeu o que o currículo do ensino médio deveria ensinar. Isso tem a ver com o fato de que, no Brasil, nós não temos um currículo muito bem definido. Alguns países têm uma grade curricular muito mais estruturada. Os alunos, ao final do ensino médio, têm que saber determinados conteúdos de matemática, geografia, história, etc. No Brasil, isso não é bem delimitado. Temos alguns parâmetros curriculares, mas eles são muito vagos. E o Enem não mede isso. Portanto, é impossível saber se os alunos estão aprendendo e o que eles sabem.

Osmar Antônio Ferraz: Ao contrário dos vestibulares, o Enem não avalia conhecimentos específicos de maneira aprofundada. Mas não é verdade que ele não o faça: esses conhecimentos específicos são abordados de maneira interdisciplinar.
 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O que é o PPP - Projeto Político Pedagógico?

O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. Saiba como elaborar esse documento





Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:
  • É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
  • É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
  • É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:
  • Missão
  • Clientela
  • Dados sobre a aprendizagem
  • Relação com as famílias
  • Recursos
  • Diretrizes pedagógicas
  • Plano de ação

Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo. "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

Texto: Noemia Lopes
Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/projeto-politico-pedagogico-ppp-pratica-610995.shtml

Educação em Todo Lugar!!


Aprendemos coisas novas a todo momento. As férias podem ser uma ótima temporada pra descobertas.
 
Texto: Camilo Gomide  Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/atividades-educativas-ferias-569917.shtml



 
Não é só na escola que descobrimos coisas novas. O aprendizado pode acontecer em qualquer lugar e não é necessariamente algo chato ou metódico. Em linhas gerais, aprender significa colocar em prática um novo conhecimento, seja uma receita de bolo, seja o nome de uma árvore, seja uma música ou seja um conceito de física. "Em geral, o aprendizado acontece da seguinte maneira: observamos algo desconhecido, manipulamos, organizamos, classificamos e utilizamos esse conhecimento em situações novas", explica Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP.

Por meio de uma brincadeira, por exemplo, a criança pode aprender habilidades sociais que serão fundamentais na vida adulta. "Na brincadeira a criança fica ativa tanto mentalmente quanto fisicamente. É uma forma de ela interagir, aprender a seguir regras, contestar e desenvolver autonomia", diz Maria Ângela, que também coordena o núcleo de cultura e estudos do brincar da PUC-SP. É por isso que, durante as férias, também é possível aprender muito - seja em viagens, seja em passeios na própria cidade, seja em casa: lendo um livro ou jogando cartas com os amigos. Em sala de aula, o aprendizado passa por um planejamento, fora dela acontece naturalmente, é absolutamente informal, mas não menos importante. "Não é só indo na escola que se aprende. Crianças e jovens podem aprender com avós, tios e até mesmo entre eles", diz a professora.

Os pais, por sua vez, têm um papel fundamental na aprendizagem dos filhos. "Ouvir músicas juntos, ler livros, andar de bicicleta, além de ensinar, estabelece vínculos maiores entre pais e filhos", diz Maria Ângela Barbato Carneiro. Dependendo da abordagem usada pelos pais, uma visita ao museu pode ser muito divertida. "Não podemos adotar um discurso chato e professoral na hora de levar crianças e jovens a cinemas, museus e teatros. É preciso associar esses programas ao lazer", diz Verônica Dias, professora de cinema e televisão da PUC. O segredo é respeitar o tempo do jovem e da criança.

À medida que o jovem vai criando um repertório, é legal oferecer mais diversidade, sem forçar nada, é claro. Se ele só comer arroz e feijão não saberá que gosta de macarrão. A única maneira de alguém descobrir se gosta de uma atividade é experimentando. "As pessoas só se interessam por aquilo que têm contato. A criança e o jovem não vão gostar de livros, museus e filmes se não forem apresentados a esse universo", diz Verônica Dias, professora de cinema e televisão da PUC.

Mas espera aí? Férias não são para descansar? O descanso não é importante para a mente relaxar e ficar pronta para novos conteúdos? "Sim, a criança nas férias também tem de brincar, ficar em casa e com os amigos", diz Luciana Fevorini, coordenadora pedagógica do ensino fundamental e médio do Colégio Equipe. Mas há crianças que têm energia demais pra ficarem paradas. O mais importante nesse período é não forçar a nada e deixá-las escolher o que vão fazer. Dessa maneira, elas poderão aproveitar e aprender mais. 

 

domingo, 7 de setembro de 2014

As Inquietações de um professor pressionado



 
 
Vamos imaginar um professor que acaba de apresentar um conteúdo para a classe.
No breve instante em que os alunos fazem seus registros, ele pensa: será que isso que estou ensinando é importante?
Esse questionamento se desdobra em outros: Será que os alunos usarão esse conhecimento em algum momento de suas vidas fora da escola? Será que esse conhecimento de alguma maneira mudará a vida dos alunos para melhor? Será que esse conhecimento interessa aos alunos?
O professor olha então para a lousa e pensa que o conteúdo que acabou de apresentar talvez não importe. E passa a imaginar como seria ótimo se tudo o que ensinasse tivesse de fato significado para a vida dos alunos.
Ele pensa que uma aula ideal partiria de um problema real da vida dos alunos. O professor mostraria como certos aspectos teóricos da área em que é especialista iluminam aquela questão. Então os alunos, de posse daqueles conhecimentos, poderiam rediscutir o problema, encaminhar uma solução. Ao final, teriam refletido sobre questões que podem melhorar suas vidas.
Mas então o professor cai na real.
Lembra-se de que existe a expectativa de que ele “cumpra” todo o livro didático: dos alunos, dos pais, da coordenação e direção da escola.
Lembra-se de que alguns alunos querem passar no vestibulinho, no vestibular ou tirar uma boa nota no ENEM.
Lembra-se de que ele, professor, ingenuamente, fez um planejamento otimista no início do ano, mas que agora não terá tempo de cumprir. A turma deste ano tem um ritmo mais lento que a turma do ano passado e certas atividades têm levado mais tempo que o costumeiro. Lembra-se de um aluno que é diferente dos outros (pode ser deficiente visual, disléxico, portador de TDAH, cadeirante, ter problemas graves na família…) e que precisa de atenção. Lembra-se do aluno ligeiro, que sempre termina antes dos outros e também precisa de atenção.
Nesse momento, o planejamento que o próprio professor elaborou pode se virar contra ele, pois o diretor da escola, o supervisor de ensino, o secretário de educação podem questioná-lo a respeito.
Lembra-se de seu professor, que atuava na mesma área em que ele, e de como ele conseguia ir “mais longe” nos conteúdos. “Será que a falha é minha?” – pensa o professor.
Lembra-se das cobranças da coordenação geral da escola, exigindo que ele utilize o tempo de algumas aulas para participar de certo projeto. Lembra-se das inúmeras cartilhas que recebeu: Educação sexual, Educação para o trânsito, prevenção contra a tuberculose, prevenção contra a dengue, uso racional da água, economia de energia, empreendedorismo, proteção ao meio ambiente, robótica para iniciantes. Lembra-se das ONGs que têm feito parcerias com sua escola e com quem há muitas oportunidades de colaborar.
Lembra-se de que em breve acontecerão eleições, que seus alunos estão muito mal informados sobre o assunto e que gostaria de abrir espaço em suas aulas para aprofundar a discussão sobre política. Lembra-se de uma novidade noticiada ontem na televisão e que gostaria de comentar com os alunos, mostrando como se relaciona com os conteúdos que estudaram no mês passado.
Lembra-se dos colegas das séries posteriores que comentam todos os dias sobre como os alunos estão chegando “fracos”, como não sabem fazer tal e tal atividade, como não sabem sequer ler um texto, como não sabem nem mesmo os conteúdos mais básicos. Lembra-se dos colegas das séries anteriores, que avisaram no começo do ano que, devido aos feriados do ano passado, não conseguiram tratar de todos os conteúdos previstos, e que por isso será necessário começar de um ponto anterior.
E, ainda por cima, com poucas aulas por semana…
O professor olha novamente para a lousa e repensa: será que isso que estou ensinando é importante?
Diante de tantas cobranças e pressões, para que lado seguir? Dentro do oceano de possibilidades, o que escolher? Como fazer as adaptações mais adequadas à sua turma?
 

Ideb põe em alerta ensino de 779 municípios no País

Região Sudeste, embora seja a mais rica do País, é a que concentra a maioria dos municípios em "estado de alerta"

06/09/2014 20:17 - Estadão Conteúdo
 
 Os anos iniciais do ensino fundamental público em 779 municípios do País ficaram em “estado de alerta”, segundo os dados do Índice Brasileiro da Educação Básica (Ideb) 2013, divulgados na quinta-feira (6) pelo Ministério da Educação (MEC). Isso significa que, do 1.º ao 4.º ano, em nenhuma dessas cidades o Ideb avançou, bateu as metas ou atingiu o nível 6 - projeção feita pelo MEC para o Brasil em 2021, dentro de uma escala de zero a dez.
O total de cidades “reprovadas” corresponde a 14% do total de municípios do País. No caso da segunda fase do ensino fundamental, do 5.º ao 9.º ano, são 471 municípios na mesma situação de alerta - 8,5% das cidades brasileiras. Já para o ensino médio o ministério divulga somente as notas por Estados.
O número de cidades “em alerta” pode até ser maior, por causa da quantidade de municípios em que não é possível fazer o cálculo de evolução por falta de nota em 2013 ou em 2011, ano da penúltima edição. As cidades que não têm o mínimo de participantes exigido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável por calcular o Ideb, não terão medição.
O recorte por avanços, metas e projeções dá melhor noção sobre a situação de cada cidade. Especialistas são bastante críticos em relação aos rankings que tentam listar Estados, municípios ou escolas e desconsideram outros fatores que permitem aprofundar a análise dos dados. Outro problema das médias é esconder o impacto de cada um dos componentes do Ideb - as notas de aprendizagem em Português e Matemática e o nível de aprovação, que mede a evasão e a repetência. Como as políticas de fluxo escolar são um caminho mais fácil para melhorar o Ideb, em alguns casos as variações de aprendizagem registram piora, porém não ficam no centro das análises.
A Região Sudeste, embora seja a mais rica do País, é a que concentra a maioria dos municípios em “estado de alerta” nos últimos anos do fundamental. São 196 municípios, de 471 - 41,6% do total. Entre os paulistas, são 49 nessa situação.
Já no caso dos anos iniciais do fundamental, 224 cidades com o sinal vermelho ligado pertencem ao Sudeste - 28,8% do total de cidades reprovadas. Desse grupo, 41 se localizam no Estado de São Paulo.
 
Diagnóstico
 
O cenário é preocupante, sobretudo ao se considerar que na maioria dos municípios em “estado de alerta” o índice não ficou estagnado, mas recuou. No Congresso Nacional, tramita há oito anos o projeto de Lei de Responsabilidade Educacional, que tornaria inelegível por cinco anos o prefeito que piorar os índices locais de qualidade de educação.
Os defensores do projeto acreditam que a lei seria uma ferramenta jurídica para que a Defensoria Pública e o Ministério Público cobrassem resultados dos gestores na Justiça, com chances de punição por improbidade administrativa. A oferta de ensino de qualidade é prevista pela Constituição, mas não há punições previstas para o descumprimento.
Já os críticos à proposta acreditam que a lei incentivaria uma “caça às bruxas” e a melhora de dados depende da quantidade de recursos de cada prefeitura, o que tende a melhorar com a maior participação de verbas do governo federal prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em junho. Outro argumento é que o Ideb pode ser afetado por problemas circunstanciais, como uma greve longa de professores da rede.

Fonte: http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/geral/brasil/arqs/2014/09/0071.html

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ESPECIAL - SALA DE AULA ONTEM E HOJE!



Esta sala de aula tradicional no Rio de Janeiro nos anos 50.


SÃO JOSÉ DA VITÓRIA – BA, Educar, educar! Este lema é propagado por educadores, pensadores ideologistas, graduados em toda vertentes, os idealista da educação, Paulo Freire e Piaget, são referencias, quando se falam de qualidade me educação. A escola tradicional primava pela rigidez no ensino e na aplicação dos valores, já escola moderna está envolvida com novos métodos de ensino e nova aplicação de valores que por ora foi relegado apenas a escola e as famílias parecem terem-se desobrigadas de ensina-los. A visão da escola tradicional, é hoje sobretudo tida como coisa do passado e que carecem de mudanças profundas. Acreditamos que as mudanças implantadas na educação tradicional trouxe aprimoramentos significativos inerente na educação de hoje, isto se pode ver nos avanços combinados de tecnologia e ciência da educação. Métodos revolucionários de educação, foram produzidos visando tirar o aluno do anonimato para sua realidade atual, alunos capazes, cidadãos responsáveis pelos seus atos diante de uma sociedade cada vez mais competidora e agressiva com o avanço para promoção do educando. A educação tradicional era coberta de paradigmas, mitos educacionais e até histórias  de terror mental para alguns alunos do antigo ginásio com aquele famoso livro chamado “admissão” lá, nos primórdios dos anos 60 e 70 estudar era preciso para que se pudesse alcançar a promoção social e o status de pessoa educada. Em nossa cidade, existe salas de aulas espaçosas e centro de informática para o atendimento dos alunos, a educação do nosso município ainda carece de aparatos que seja m condizentes com a realidade do nossos alunos. Esperamos Mais Investimentos na área da educação de São José da Vitória. 
 
Sala de aula hoje a tecnologia impera.

Não tem como ficar de fora de aulas dinâmicas.

Bullying: identifique se o seu filho é vítima desse tipo de intimidação


Entenda como ocorre e se o seu filho está sendo vítima.
 

Pouco antes do horário de ir à escola, a criança diz que tem dor de barriga e pede para faltar. Em casa, não desgruda da Internet. Senhor pai ou responsável: pense duas vezes antes de castigar seu filho ou chamá-lo de preguiçoso. Você pode ter uma vítima de bullying em casa.
O termo vem do inglês "bully" (pronuncia-se 'búli'), que se refere a pessoas que intimidam, agridem ou se aproveitam de outras pessoas - o seu filho, por exemplo.
  
Um dos desafios para a identificação do bullying é o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras por pais e professores - crianças que se dão apelidos, fazem gozações e chacotas umas com as outras. "O que muitos pais não percebem é que, não raramente, essas 'brincadeiras' fazem mal à criança. Em casos extremos, leva ao suicídio", diz a pedagoga Cleo Fante, especialista em bullying. Segundo a educadora, a popularização da Internet entre adolescentes e crianças é outro fator que contribui para o aumento do bullying, "já que no mundo virtual as pessoas não precisam dar as caras". Os casos de cyberbullying, praticados pela Web, são tão "prejudiciais para as crianças quanto o bullyings tradicional", afirma Fante.
 
Como agir diante do bullying No mundo real ou virtual, o problema requer atenção de pais e professores. "Um dos maiores erros é menosprezar o sofrimento da criança. Não se deve dizer para o filho deixar isso para lá", diz Fante. "Há pais que dizem 'eu também passei por isso', o que não justifica o sofrimento da criança. Além do mais, cada indivíduo encara as dificuldades de maneira diferente", diz. Se a escola é o local em que a criança sofre a intimidação, os pais devem entrar em contato com professores e diretores, que devem coibir esse tipo de ação entre os estudantes. "É preciso também estimular a auto-estima dos pequenos. As maiores vítimas são as crianças tímidas, que não conseguem se defender e exigir que os colegas parem com a brincadeira. Os pais devem incentivar a criança a fazer isso, sem estimular a violência", diz Fante. "A criança deve conseguir dizer com firmeza: 'eu não quero brincar', 'eu não sou isso que você está dizendo'. Brigar com o filho vítima de bullying não dará a coragem que a criança precisará para ser firme", explica a pedagoga.
 
Como identificar o bullying Muitas vítimas de bullying sofrem caladas, "por vergonha, por acharem que são culpadas ou até merecem os apelidos, ou por falta de oportunidade de diálogo", aponta Cleo Fante. Cabe, então, a pais e professores a tarefa e identificar se há algo de errado na vida social da criança ou mesmo do adolescente. "Só consegue notar diferenças quem acompanha o cotidiano do filho. É esse o primeiro passo: ver se a criança está mais irritada, nervosa ou triste que o normal", aponta Fante. No caso de vítimas de cyberbulling, a compulsão por utilizar a Internet é outra característica.
 
Filhos "valentões"
 
Se o seu filho não é vítima de bullying, ele pode ser, ainda, um desses agressores - comportamento que também merece atenção e cuidado dos pais. "Dependendo da gravidade do ato, o menor pode ser internado para serem aplicadas medidas sócio-educativas", explica o promotor de Justiça Criminal, Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais. No caso de bullying pela Internet - caso a criança ou adolescente espalhe mentiras que ofendam algum colega -, o pai ou quem permitiu o acesso ao computador também pode ser penalizado. "Alguém que seja negligente com um crime pode também ser responsabilizado, de acordo pelo código penal. Na área cívil, pode haver processos por danos morais e a família ser obrigada a pagar indenizações", diz Calhau.
 
Para identificar se o seu filho está intimidando outras crianças, a pedagoga cita algumas características comuns aos agressores: "os jovens que praticam bullying costumam ser hostis, usam força para resolver seus problemas e são intolerantes". Os pais não devem elogiar nem estimular os filhos briguentos e valentões. Devem conversar e, se necessário, procurar ajuda de profissionais especializados, como psicólogos.
 
Dica:
 
Seu filho sofre bullying? Então:
 
  • Não diga para "deixar para lá" - ou ele pode não mais contar problemas que tenha;
  • Converse com a direção da escola, se o problema for lá;
  • Se não resolver, faça boletim de ocorrência em delegacia de polícia;
  • Se a ofensa for pela Internet, imprima a página e leve ao Ministério Público;
  • Estimule que seu filho conte como foi o dia na escola.

Escolas, alunos e professores 'não falam mesma língua'






Quando o assunto é a violência dentro das salas de aula, não parece haver consenso sobre suas principais causas.

Professores, diretores de escolas, alunos e especialistas em educação ouvidos pela reportagem da BBC Brasil apontam para direções diversas, sugerindo que agressões contra educadores seriam fruto do histórico familiar dos alunos, da falta de políticas públicas e policiamento e também de professores mal preparados - e até mesmo agressivos.

A violência em sala de aula contra professores foi um dos temas destacados por internautas em posts de Facebook e no Twitter como um dos que deveria receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais, em uma consulta promovida pelo #salasocial, o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.

Enquanto ninguém fala a mesma língua, o MEC (Ministério da Educação) diz não ter dados unificados sobre a violência escolar. Confrontado pela reportagem, porém, o Inep, órgão ligado ao ministério, reconheceu que o tema faz parte da Prova Brasil - avaliação nacional com respostas voluntárias de professores, alunos e diretores. Os últimos dados, de 2011, foram tabulados a pedido da BBC Brasil.

Os resultados apontam que um terço dos professores que responderam ao teste disse ter sido agredido verbalmente por alunos. Um em cada dez afirmou ter sofrido ameaças. Aproximadamente um a cada 50 apanhou de estudantes.

"É simplista culpar crianças e adolescentes por tudo o que acontece", alerta a socióloga Miriam Abramovay, pesquisadora do tema com passagens pela Unesco, Banco Mundial e Unicef.

"A escola tem culpa, porque se isola das comunidades e não se atualiza. E os professores têm péssima formação, simplesmente não conseguem, e muitas vezes nem tentam, conquistar os alunos", diz. "No fim, todos são vítimas."
  • Descompasso

  

Para pesquisadora, a desvalorização do ensino resumiria este descompasso. "A estrutura das escolas parou no século 19, os professores dão aulas como no século 20 e os alunos, sempre conectados, vivem no século 21", diz. Ela afirma que as escolas vivem um "processo de abertura" há 50 anos.

"Se antes havia pouco espaço para as classes populares, hoje a escola se massificou. Todos entram - nem sempre continuam, mas entram. Mas a relação professor–aluno não mudou nada nesse meio tempo e os educadores não sabem lidar com esse novo interlocutor, que antes estava na rua, do lado de fora", diz.

Abramovay diz que a violência não é consequência direta do entorno. "Há escolas em bairros tremendamente violentos que têm resultados satisfatórios. E colégios particulares, ricos, com problemas enormes", observa.

A pesquisadora aponta o trabalho participativo, envolvendo pais e alunos na construção de regras e do currículo escolar, como caminho para reduzir a resistência e a agressividade. "Os muros das escolas não são simbólicos", afirma. "Eles são reais, ninguém penetra ali. Assim, a escola não é nem protegida, nem protetora", diz.

O educador Jorge Werthein, presidente da Unesco no Brasil entre 1996 e 2005, também diz que a escola "precisa ser acolhedora" e critica a formação dos colegas.

"Diferente do médico, que faz residência, a maioria dos professores que se forma não tem nenhuma experiência em sala. Só pisam lá no primeiro dia, encontram coisas que nunca viveram e não sabem lidar", diz.

Para Wherthein, os educadores precisam se dar conta "da violência que eles próprios exercem sobre os alunos". "Perseguição, homofobia e exageros nas repreensões" seriam exemplos. "Outra agressão simbólica é o abismo tecnológico que existe entre professores e alunos", diz.
  • Celular

Com um olho no smartphone e outro no repórter, os alunos entrevistados parecem concordar com a avaliação. "Parece que eles vivem fora do tempo. O professor pede para a gente copiar a lição do quadro, mas eu podia tirar uma foto com o celular e prestar atenção no que ele diz", reclamou uma estudante da 8º ano de uma escola em Diadema, ao sul de São Paulo.

A seu lado, espinhas no rosto e sorriso tímido, um adolescente do ensino médio completa. "Sei que celular pode atrapalhar. Não é para usar Facebook e Whatsapp na aula. Mas quando ajuda, por que não, né?", questiona.

Eles reconhecem que as agressões são constantes. "Na semana passada a professora chamou a atenção de um aluno bagunceiro e ele perguntou se ela não tinha medo de morrer. Ela deu risada e continuou passando a lição", contou uma estudante do 1º ano do ensino médio.

"Tem brigas combinadas também. Os alunos fingem estar dando porrada para o professor vir separar e apanhar também", completou. Professores ouvidos pela reportagem disseram que a escola, hoje, seria "um espaço de conflito".

"Os professores não são santos que caíram do céu e vêm educar com toda a candura. Sempre que passo pelo pátio me chamam de vagabunda. O educador tenta legitimar a sua autoridade, não consegue, e aí revida", disse uma ex-professora da rede pública, que não quis se identificar.
 
Créditos: BBC BRASIL

Educação Inclusiva - A Dificuldade de Incluir

 
 
 
Pesquisa destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores.

 
Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que crianças com síndrome de Down que frequentam a rede básica de ensino estão sujeitas a sofrer exclusão. A pesquisa foi conduzida pela fonoaudióloga Flávia Mendonça Rosa Luiz entre 2010 e 2014 e envolveu entrevistas com dez professoras da educação infantil da rede municipal de Araraquara, no interior paulista. A coleta dos dados mostrou que os educadores têm uma visão estigmatizada dessas crianças e apresentam dificuldades para acreditar no potencial delas para se desenvolver e aprender como os demais alunos. Por conta disso, eles acabam dispensando um tratamento especial e, consequentemente, excluindo-as, como aponta a pesquisadora. “É preciso romper com o conceito de identidade que está associado à homogeneidade e que não reconhece a distinção entre os seres, e passar a considerar a diferença como uma característica comum à espécie humana, e dar aos indivíduos a oportunidade de mostrar o melhor de si”, reforçou Flávia. Nas entrevistas realizadas, as professoras reconheceram a dificuldade para trabalhar com o processo de inclusão e atribuíram isso à má formação teórica e prática que tiveram na faculdade. Como enfatizou a autora, esse dado não surpreende, pois há relatos parecidos em outros estudos, o que destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores e motivá-los a refletir sobre suas crenças e valores frente ao tema.  
 
 

domingo, 17 de agosto de 2014

O Legado Educacional de Eduardo Campos Parte I

Todos nós sabemos, que na última quarta-feira 13 de Agosto de 2014, faleceu vítima de um desastre aéreo do Ex-Governador de Pernambuco e Presidenciável da República Eduardo Campos. A morte do brilhante gestor e político, causou na última semana comoção nacional, sendo lembrado como importante líder jovem e político do país.
Eduardo Campos deixou seu legado para a nação e em especial para a sociedade Pernambucana, que o eternizou como o melhor governador que Pernambuco já elegeu. Por isso, vamos agora iniciar uma série de artigos sobre o seu legado na área educacional do Estado e o que seria sua proposta de governo no eixo Educação e Cultura.



No que se diz respeito a Educação, Pernambuco se destaca em modelo de gestão educacional, em comparação aos demais estados do Brasil. Esta ascensão educacional no estado se deu a partir de 2006 quando o governo do Estado de Pernambuco é assumido pelo então eleito Eduardo Campos. Com uma proposta mais social, Eduardo começa sua luta para reformar o sistema educacional do estado, que já estava sucateada pela falta de investimentos necessários pelos governos anteriores. Tínhamos professores mal remunerados e desestimulados, escolas com infra-estrutura sucateadas, sem internet, ser apoio e recursos pedagógicos, poucos educadores concursados, escolas sem bibliotecas e sem acervo e o pior, o nível de aprendizagem dos alunos da educação básica era um dos piores do Brasil, segundo o censo escolar de 2006. As escolas estavam sofrendo com a evasão escolar dos alunos, e o número de matrículas na rede estadual caiu cerca de 0.8%. Isso acontecia desde o ano 2000, por vários fatores, mas a falta de investimentos e a falta de interesses dos anteriores governantes, foram os principais fatores que contribuíram para o sucateamento da educação.
 
 
 
Foi no começo de seu governo que Campos começou a modificar todo o sistema educacional do estado. o Governo passou a investir de forma inédita na educação, e planejou as mudanças educacionais que tanto o estado necessitava. Com a modernização da gestão, o governo começou a investir na educação inclusiva, EJA, na criação e modernização de programas sociais de educação como o PROJOVEM Urbano, Projeto Educar entre outros.
 
Em 2008 o Governo do Estado de Pernambuco traça suas metas educacionais. Então é publicado pela secretaria de educação, as diretrizes educacionais e de avaliação do ano letivo de 2008, com uma concepção inédita no que se diz respeito a avaliação dos alunos. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04/2008 dispunha sobre as diretrizes e procedimentos para implantação do Sistema de Avaliação das
Aprendizagens nas Escolas da Rede Estadual de Ensino a partir do ano letivo de 2008.
 
No mesmo ano, o Governo também investe pesado na educação rural, onde começam a ser reformadas todas as escolas existentes nas áreas rurais do estado, e é ofertada aos professores capacitação profissional para melhoria da educação.
 
em 2011 todos os professores da rede estadual passam a receber capacitação. Para otimizar o trabalho dos servidores da Secretaria Estadual de Educação (SEE), foi lançado pelo secretário da pasta, Anderson Gomes, o projeto Aprender TI On Line. A ideia é capacitar os trabalhadores efetivos em 14 cursos de informática. Ao todo, foram oferecidas 25 mil vagas nos níveis básicos, médio e avançado em Word, Excel, Power Point, Outlook, Windows e Internet Explore.
Ainda em 2011, o estado abre concurso em Fernando de Noronha (DEFN) para seleção pública simplificada visando a contratação de 164 profissionais para atuar na área da Educação.
 
As escolas de referencia, conhecidas como escolas integrais, em Pernambuco, foram criadas a partir do ano de 2008, pelo governo estadual. A ideia principal era de ofertar aos alunos uma escola de referencia em ensino médio, que funcionava em tempo integral, ou seja, o aluno passa o dia inteiro dentro da escola, fazendo assim que o nível de aprendizagem do aluno fosse o mais elevado do país.
em 2011, o modelo de escola integral foi o mais premiado do país, por que as escolas tiveram nota acima da média nacional no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2010. Das 51 unidades escolares de referência, 45 alcançaram 542,21 pontos. A média do País foi de 511,21. Entre as 10 instituições desse modelo que contaram com participação de mais de 75% dos estudantes, seis estavam localizadas no interior pernambucano.
Nesse ranking, a Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho, localizada em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, foi a primeira colocada, atingindo 586,96 pontos. Comparada com as escolas públicas, ela ocupava naquele ano a 9ª posição. O resultado também era visto na aprovação dos alunos nos vestibulares. Dos 196 que concluíram o ensino médio em 2010, cerca de 150 ingressaram no ensino superior.
 
Ainda em 2011 o Estado investiu na criação de produção de materiais didáticos por professores da rede estadual de ensino. Foram abertas as inscrições para os professores efetivos ou temporários que quisessem produzir materiais didáticos sobre arte, biologia, educação física, língua espanhola, filosofia, física, geografia, história, língua inglesa, língua portuguesa, matemática, química e sociologia e que seriam utilizados em toda a rede. O projeto recebeu o nome de "Professor Autor".
 
Daí, o governo começa a informatizar toda a rede de ensino, mas não só os professores, mas também os alunos. O governo naquele ano começa a investir pesado no uso de aparelho tecnológicos em salas de aula. Começa então a distribuição de tablets para todos os alunos da rede estadual de ensino, e notebooks para professores. Isto era uma ação inédita para fins educacionais, algo que o governo teve toda a coragem de realizar com êxito. Além disso, foi ofertado aos professores capacitações para a melhor utilização deste acervo tecnológico em pró da educação.


 

Fonte: www.educação.pe.gov.br; www.google.com.br; www.wikipedia.com.br

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

‘O ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular’, diz educadora

Filósofa e professora Viviane Mosé critica modelo educacional do país

Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/o-ensino-medio-se-reduziu-uma-preparacao-para-vestibular-diz-educadora-13473499#ixzz39QhjmmUj


 
Para a filósofa Viviane Mosé, educadores precisam refletir sobre as reais demandas dos alunos e adequar o ensino aos novos tempos. Ela participará do encontro internacional “Educação 360”, que será realizado pelos jornais O GLOBO e “Extra” de 5 a 6 de setembro na Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio, em parceria com o Sesc e a prefeitura do Rio e apoio do Canal Futura.
 
A sra. já disse que precisa haver uma revolução no ensino médio. Que revolução seria essa?
 
Se o ensino fundamental tem melhorado, o ensino médio permanece estagnado. Como trata da educação de adolescentes e jovens, é hoje o olho do furacão. Mesmo com oferta de vagas, com a melhora das condições físicas das escolas, muitos jovens abandonam os estudos, fenômeno que já aparece nos anos finais do ensino fundamental. A escola, do modo como está estruturada, não consegue atrair. Se esse fenômeno acontece em muitos países, em função da democratização do saber permitida pela internet, no Brasil se apresenta de modo ainda mais grave, já que o ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular. Como as escolas públicas não conseguem competir com as particulares, jovens das classes populares não encontram nada na escola: nem acesso à universidade, nem ferramentas que o ajudem a viver melhor, nem acesso ao mercado de trabalho, nem espaço de encontro e experiências lúdicas. Muitas medidas paliativas têm sido tomadas, como as cotas para as escolas públicas nas universidades, mas nada disso resolverá o problema. O Brasil precisa repensar o ensino médio, que deve oferecer diferentes possibilidades, dependendo da vocação e do interesse do aluno.

O que torna um projeto educacional bem-sucedido?

Um projeto é bem sucedido quando as crianças aprendem e não abandonam a escola. Quando encontram na escola um espaço de crescimento não apenas intelectual, mas humano. A escola não deve se sustentar na administração de conteúdos, mas na aquisição de ferramentas para viver melhor. Os conteúdos estão disponíveis na rede, precisamos estimular a capacidade de ler e interpretar dados e sofisticar nossa habilidade de ler o mundo. Essa é uma escola que dá certo, pois permite que a pessoa continue aprendendo.

Qual o novo papel do professor?

Nós, professores, nos sustentávamos nos conteúdos que tínhamos e devíamos passar aos alunos. Hoje, esses conteúdos estão disponíveis, muitas vezes, com mais dinamismo e qualidade nas novas mídias. Então, nosso poder passa a ser o de preparar os alunos para lidar com as mídias. Isso significa incentivar a inteligência, o pensamento e, especialmente, a capacidade de filtrar dados e interpretá-los, para que não sejam levados por uma onda de informação manipulada ou de má qualidade. O professor não é mais quem sabe tudo, mas quem se interessa por tudo. A educação caminha para a formação de pesquisadores, e isso é muito favorável.

As escolas precisam olhar mais para as comunidades ao redor?

Elas devem se abrir para o mundo. Não podem mais se esconder por trás de altos muros. Os desafios do mundo devem ser questões presentes no cotidiano das escolas, não apenas questões acadêmicas abstratas. Mas esse mal, o isolamento, deve começar a ser vencido nas universidades, que nasceram dos conventos, com seus altos muros.

Muitos especialistas associam as manifestações do ano passado ao aumento do acesso à educação. Acredita nesta conexão?

De forma nenhuma. As manifestações são consequência do acesso às novas mídias, que rapidamente reúne pessoas. Mas essa reunião se deu em um momento em que as pessoas ainda não têm uma educação de qualidade, voltada para a vida, para as questões sociais. Sem rumo, elas se perderam, não produziram conquistas, desembocaram em violência. Em breve, teremos outro cenário: manifestações, sim, enormes, mas com direção, sentido, maturidade política e intelectual.

No encontro “Educação 360”, a senhora vai participar de uma mesa sobre as iniciativas de
educação que partem do Brasil. As ações brasileiras guardam um diferencial comum?

Não há uma gente mais criativa que a nossa, eu penso. Depois de andar do Oiapoque ao Chui, tenho a honra de conhecer experiências incríveis e inéditas que dão muito certo. Muitas vezes, escolas muito pobres; em outras, mais ricas, sempre com criatividade e vontade, conseguem produzir uma educação de qualidade. Temos de valorizar essas práticas e compartilhá-las, precisamos adotar o modo brasileiro de educar que dá certo, e não importar modelos, o mundo inteiro repensa a educação.

O Enem muito além da vaga na universidade

Nota no Exame nacional pode ser útil para outras finalidades estudantis, Saiba aproveita-las para sua necessidade.

Ingressar em uma universidade é sem dúvidas, o maior objetivo dos estudantes que se inscrevem no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Mesmo tendo como principal função servir de acesso as instituições de ensino superior, a prova nacional acumulou outros objetivos ao longo das edições. O programa Ciências sem Fronteiras, o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), por exemplo, também exigem o exame.
 
Para o Diretor Pedagógico do Colégio Motivo, Eduardo Belo, o Enem é hoje o principal canal para a realização de diferentes projetos de vida dos estudantes. "Um jovem não pode mais pensar em não fazer o Enem. O Exame está mudando o ensino médio do país e deve ser realizado mesmo por quem não quer entrar em uma universidade Pública. Muitas vezes, até para faculdades particulares, o Enem é pedido", Ressaltou.
 
A estudante do 4º período de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Marianne Demézio, 19 anos, só conseguiu garantir uma vaga na instituição de ensino superior graças ao Enem. "Fiz vestibular para três universidades públicas, mas não passei. Com a nota do exame, consegui uma vaga pelo ProUni", contou, referindo-se ao programa de bolsas de estudos. Este ano, o Enem acontece nos dias 8 e 9 de novembro.
 
Das 63 universidades federais brasileiras, 55 usam o Sistema de Seleção Unificada (SISU) parcial ou totalmente. Para concorrer a uma vaga pelo Sisu, é necessário ter feito o Enem. Em Pernambuco as notas são usadas para disputar vagas na UFRPE, UFPE, UPE, Univasf, IFPE, IFSertão. Além das instituições públicas, várias particulares também usam a nota como opção de vestibular.

Fonte: Diário de Pernambuco edição de Domingo, 03 de Agosto de 2014. Reportagem: Anamaria Nascimento.